domingo, 16 de abril de 2017

ESTIAGEM

Há terra muda e seca e deveras encardida
Sob um sol que maltrata ninhos de gente,
A temperatura baila no horizonte inclemente
E transforma a existência em projeto de vida.

Os dias não passam… apertam-se entre sóis
E a noite encabulada se esconde dentre estrelas
Muitas das quais já cadentes e, sem entendê-las,
O homem sobrevive apático em torno dos nós

Que enforcam madrugadas viciosas e analfabetas!
Calor inescrupuloso ateia fogo às janelas abertas
E o suor é a água nauseabunda que fecunda a dor!

Chão gretado! Várzeas inóspitas! Deserto e alarido
É o que se vê nos espaços em que o tempo bandido
Metamorfoseia a odisseia do vexame isento de amor!

DE Ivan de Oliveira Melo

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