sábado, 29 de fevereiro de 2020

JUÍZO




Sinto-me prisioneiro de uma ilusão
E carcereiro dos meus sonhos...
Sou intenso algoz da inconsciência
E eterno vigilante de minha mente...

Sou do pensamento apenas discente,
Indisciplinado aluno do raciocínio,
Mas feroz coadjuvante das aventuras
E inflamado réu das doutrinas góticas...

Vejo-me utópico propagandista da dor
E idealizador de bacanais científicos,
Todavia anarquista dos ideais cotidianos...

Percebo-me enfermeiro do teor lírico,
Não obstante paciente da retórica mística,
Caricaturista infame do amor platônico!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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