quarta-feira, 5 de agosto de 2020

PROCESSO





Dentre os frêmitos famintos da madrugada

Pude compreender o quanto a sede é desejo

E se tudo o que penso é também o que vejo

Só me resta consumar em volúpia a serenata.


Por entre os labirintos da noite mal dormida

Há sequelas donde se extrai o ópio dos tolos;

Contudo diante das drogas notam-se engodos

Que trapaceiam nas vitrines do tempo, a vida.


Sobre o cárcere dos sonhos vejo a despedida

Dos que se vão habitar o fundo de uma cripta

Para depois vociferar a liberdade do devaneio.


É diante do cálice que se pode sentir do olfato

A sensibilidade com que se descreve o extrato

Do orvalho que pulsa sobre o epigênese alheio!




DE Ivan de Oliveira Melo



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