domingo, 9 de novembro de 2014

Menopausa

Estou sozinho a bordo do amor,
Águas bravias balouçam a ampola,
Quem desejar tocá-la e dispô-la
Tem de com jeitinho regar uma flor.

Sem soalho, areia é carinho e ternura,
Adubo é magia, é o sopro do ar
Que faz germinar o orvalho do amar
E se edifica solene um jardim sem censura.

Vagueio místico entre odores e perfumes,
A ampola flutua desnuda do mundo, impune
A soçobrar os prados desérticos em solidão...

Ondas são quimeras que açoitam brisas
Tímidas pelo aroma das flores,  orquídeas,
Que fazem do tempo a menopausa do coração!



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