terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Consumação

Eu posso sentir o cheiro da chuva
Que cai espessa sobre o asfalto,
Milimetricamente ela vem do alto
E deixa alagadiços e a noite turva.

Eu posso ver lágrimas nas estrelas
Que pranteiam da terra desilusão
E envolvem o metafísico de tesão
Para que alguém possa entendê-las.

Eu posso ver o sol doente e escuro,
Sem brilho e perecendo em desuso
Clamando socorro por uma bateria...

Eu posso perceber greve no tempo,
Pois, as horas dormitam ao relento

Vencidas por retalhos de fantasia!

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