quinta-feira, 14 de julho de 2016

MUDEZ

Silencia.
Mentiras e verdades
Devem ser camufladas
Diante da suavidade
Do teu silêncio.

Silencia.
Nada digas.
Deixa-me ver e ouvir
Os ruídos que
Temperam a tranquilidade.

Silencia.
Na paisagem de hoje
Voz alguma quero escutar,
Só o sussurro dos ventos
E o paladar de tua presença.

Silencia.
No alvoroço de ontem
Fincou-me a alma
A aridez do barulho
Que assanha adversidades.

Silencia.
Na viagem do silêncio
Compreende-se a razão
Da vida e o vexame da covardia
Que traz a indigestão da turbulência.

Silencia.
Só através do silêncio
É possível esquecer o desagradável
E renovar a aparência do respeito.
Simplesmente, nada digas!



DE Ivan de Oliveira Melo

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