domingo, 8 de setembro de 2013

Desvario


Talvez  já  não  viva  o  doce  despertar  da  vigília,
Um  sono  acrobático  cerra-me  a  decência  do  olhar
E  no  sonho  paraquedista  desço  sonâmbulo  sobre  o  mar
Provando  da  demência  o  néctar  da  atmosfera  dulcíssima.

Os  torvelinhos  fazem-me  rodopiar  no  astral  da  inconsciência
E  meu  raciocínio  adormecido  retém  do  fulgor,  a  sonoplastia...
Devaneios  íngremes  cirurgiam-me  uma  atroz  melancolia
E  meu  corpo  valsa  sobre  os  andaimes  das  vagas  sem  clemência...

Minhas  reflexões  se  perdem  dentre  o  meneio  das  águas
Que  balouçam  reticentes  diante  do  fluxo  e  refluxo  da  maré,
Num  delírio  de  sussurros  destaca-se  um  burburinho  de  fé
E  em  minha  face  sazonada  pelo  tempo  lágrimas  deságuam.

Através  da  corrente  marinha  sou  abandonado  num  banco  de  areia
E  salvo  da  tempestade  onírica  pelo  belíssimo  canto  da  sereia!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.