domingo, 25 de janeiro de 2015

CONCHAS DA MORTE

Não  quero  um  funeral cheio de pompas...
Livre-me, Ó Senhor, de ser vitrine de urubu,
Que minha campa seja flores, seja maracatu
E que as preces possam pagar minhas contas...

Não quero pranto... que todos possam sorrir...
Em meu ataúde joguem confetes, serpentinas,
Assim tristeza será alegria, a noite diamantina
E em sono profundo eu possa pensar no porvir!

Felicidade seja a tônica perante a sepultura,
Cantem-se marchas de consciência assaz pura
Para que na solidão da tumba eu durma em paz...

Levem consigo de  mim a lembrança mais cara,
Se a saudade roer... bem, isso será uma tara
Do cadáver que dorme e que queria viver mais!



Poema de Ivan de Oliveira Melo

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