domingo, 25 de janeiro de 2015

PÂNICO


Na noite de olhos deveras escuros
A lua brilha pelas frinchas do quarto
E fico atônito, e me cubro, e me despedaço
Derribado pelo medo do que não escuto.

Silêncio sinistro evoca o assobio dos ventos
Que uivam qual lobo faminto do cerrado
E eu trêmulo a cuspir terror e cercado
Pela agonia ululante, semântica do sofrimento.

No esvoaçar das cortinas, um relâmpago clareia
E sinto no ribombar dos trovões em minhas veias
A tontura de um pânico sedento de magia...

Sentença lúgubre me deixa tétrico o ambiente,
É alimento que vulcaniza um corpo reticente
Tombado à cama pelo pavor hediondo da ventania!

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