terça-feira, 13 de janeiro de 2015

ZONA URBANA

Eu estava tão desesperado diante da turba...

Meti-me no meio do povão, a cidade fervia,
Praticamente eu rastejava em minha agonia

E suava perante vitrines e camelôs, a face nua...
Empurrões, pisadelas, caras fechadas de rua
Que não andavam, corriam contra o tempo...

Senti-me perdido num trânsito engarrafado,
Esquinas apinhadas esperavam o sinal verde
E no rugido ensurdecedor gritava o cacoete
Das buzinas acionadas pelas mentes imbecis...

Ao longo das calçadas o olfato chorava triste,
Intensa imundície fotografava o cartão postal
Dum centro urbano que espalhava o alpiste
Que os indivíduos brutalmente caçam sem sal,
Porque o açúcar da cidade é acre e anormal!


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