segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

SAGACIDADE



Sede constante, ó inteligência minha, não me abandoneis!
Vós tendes em mim fiel companheiro, astuto patrocinador
Dos ideais os quais está carente o mundo... Sou vosso ator
Das encomendas que só a argúcia é capaz de ser o freguês!

O anoitecer, o qual é vossa alegria, já ronda o céu de outono
E as estrelas luzidias brilham sobre os mortais da terra úmida!
Passarelas de folhas secas se estendem pelos pátios, a túnica
Que esconderá vossa abstrata afeição ainda não se sabe como,

Mas será bordada de puro ouro. Ó inteligência minha, do amor
Tereis as benesses da ternura e, de mim, conservareis o gáudio
Que é o regozijo do dever cumprido sob a tutela do decompor!

Ó inteligência minha, vede e senti que os ventos vos são dóceis,
Que tudo quanto desejais da minha vontade tendes como áudio
E, assim, não respirarei segundo vossos antepassados: os fósseis!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

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