terça-feira, 11 de março de 2014

Morrer para Viver

Meu corpo ali em câmara ardente
E eu aqui a contemplar o sono
Que o levará à campa sem outono
Na magia da metamorfose indiferente.

Estou liberto... Abandonei o fardo
Que me fez escravo das ilusões da matéria,
Agora posso flutuar pela vida etérea
Sem os vícios travestidos de hábitos.

Olho-me sereno e já não sou carente,
Sinto o pleno exercício da mente
Que tudo vê e escuta sem muralhas...

Lágrimas? Não! Saudade é meu sorriso
Que contrasta quem se lamenta consigo

Da solidão aparente que não me atrapalha!

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