quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Aflição



Perdi-me  numa  rua  sem  nome
Repleta  de  casas  pobres,  buracos  à  beça...
Pelas  calçadas,  cachorros  sujos  enfeitavam  o  ambiente
E  esgotos  a  céu  aberto  vitaminavam  a  respiração.

Tropecei  numa  calçada  quebrada  e  caí...
Para  meu  espanto,  ninguém  registrou  o  fato
E  fiz  de  um  muro  cheio  de  lodo,  meu  apoio...
Levantei-me  e,  atordoado,  tentei  desvendar  onde  estava...

Lugar  esquisito,  pessoas  estranhas  e  mal  vestidas
Eram  os  moradores  que  parecia  não  se  darem  conta  de  mim...
Para  eles,  eu  era  mais  um  transeunte  desconhecido
A  perambular  no  mutismo  de  mim  mesmo  e  do  destino...

Fui  caminhando,  caminhando...  Cheguei  a  uma  esquina  vazia
E  me  sentei  debaixo  de  uma  velha  marquise  e  chorei... chorei!
Como  fora  parar  ali?  Que  becos  da  vida  trouxeram-me?
Um  rosto  inundado  em  lágrimas  compadeceu-se  de  minha  presença.

Não  sabe  onde  está?  Perguntou-me.  Notei  que  sofria  como  eu...
Morremos  e  certamente  prestamos  contas  dos  nossos  atos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.