quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Melancolia

Saio à noite a caminhar pelo calçadão.
Meus pensamentos estão turvos...
Sento-me na murada e avisto o mar.
O vento forte assanha meus cabelos
E escuta meus murmúrios solitários.
Minha imaginação vagueia sem lume
Enquanto a lua namora o oceano,
Despejando seu brilho sobre as ondas...

Ao longo das águas navios desfilam
Bocejando saudades diante do tempo...
A solidão é uma intempérie das horas
E os minutos seguem seu destino
Acossados por desejos sussurrados
Que o prazer desenha em faces ocultas...

Minha visão alcança o horizonte vazio
Coberto por nuvens claras que sorriem
Perante a majestade do silêncio lúgubre...
Aqui e ali torvelinhos gigantes ameaçam
A tranquilidade dos segredos confiados
À imensidão noturna... Estou sonolento!

Levanto-me... Olho para todos os lados
E percebo que estou só... A cidade dorme!
Ponho meus pés sobre a areia e corro!
Corro em ziguezague sazonado pelos
Açoites que me perseguem ... Procelas!
Vertentes de forte tempestade mudam
O cenário e as estrelas se escondem...

Do firmamento descem espessas gotas
De uma  água que representam gritos
De melancolia... É a natureza pranteando
O infortúnio dos homens que deixaram
Que os olhos secassem diante do mundo!


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