domingo, 9 de fevereiro de 2014

Horas Insossas

Nesta folha despencam lágrimas de ciúme
Qual tocha que percorre lugarejos de solidão!
Sinto-me deserto, vejo fogo em meu coração
Que queima tapetes persas de minha juventude!

A saudade é um balaio de sentimentos, overdose
De desejos trancafiados no íntimo de um cofre
Onde as sensações pululam em afrodisismo de amor!

O tempo se esqueceu de retirar-me da marcha ré
E igualmente me ignorou das confidências de outrora,
Todo meu pranto é vassalo que aqui atiro fora
E nos bueiros públicos não há uma gota d’água sequer...

Anestesio-me no choro que fere minhas cicatrizes
E nesse tom de nostalgia as horas se tornam atrizes
De um palco aveludado pelo protagonismo da dor!



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