sexta-feira, 8 de abril de 2016

INSCONSCIENTE

Sou alma, do mundo me escondo,
Uma solidão atroz é meu alimento,
Dentre jazigos meu vulto é o vento
Que se refugia pálido, meio tonto.

Forte é o calor e meus ossos suam
Queimando as vértebras da carcaça,
Mas um último gole provém da taça
É meu sangue, vinho que me cultua.

Meu esqueleto sente sede de morte,
Repele a fome e aos insetos agita
Enquanto minha consciência dorme...

Erma é a noite, desertos são os dias
E eu ali, alma afoita e o peito palpita
Num catre espesso e sem fantasias!


DE Ivan de Oliveira Melo


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