domingo, 3 de abril de 2016

PLATÔNICO

Assisti aos derradeiros instantes de tua agonia,
Dos teus lábios ouvi o que sempre quis escutar,
Foram palavras dum amor platônico a navegar
Por entre degraus dum sentimento de nostalgia.

Levei as mãos à face trêmula que me fez gritar
Perante teus olhos quase moribundos e sem cor,
Chorei que chorei e depositei lágrimas de amor
Sobre um corpo inerte que nos ceús iria flutuar.

Beijei tua boca já ressequida pelo palor da morte
E em teus ouvidos mudos confessei ser consorte
Dum medo que me fez durante a vida calar-me...

Em teus dourados cabelos depus carícia tão pura
E senti ser a mais infeliz dentre todas as criaturas,
Pois meu coração ribombava em sinal de alarme!


DE  Ivan de Oliveira Melo



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