sábado, 23 de novembro de 2013

Morte



Sou  moleque  da  vida,  contrabandista  de  uma  voz
Que  não  fala,  mas  grita  no  papel  firme  e  forte
Contra  as  palavras  que  tatuam  o  destempero  da  morte
Que  é  um  círculo  vicioso  e  cigano  que  nos  deixa  a  sós.

Sei  que  tudo  é  finito,  no  caso  infinita  é  a  morte
Que  desdenha  de  minha  malandragem  tecendo  mistérios
E  faz  filas  perante  os  sepulcros  desbotados  dos  cemitérios
Que  vertem  lágrimas  que  são  o azedume  negro  do  seu  decote.

  é  a  filosofia  que  tenta  desbravar  este  degredo,
Pois,  semelhante  ao  coração  que  bate  é  vítima  do  segredo
Que  impõe  silêncio  nas  horas  descartáveis  desta  berlinda...

Sono  sem  sonhos  que  tortura  e  violenta  o  sorriso,
Que  traga  a  saudade  e  a  hospeda  num  albergue  de  improviso
Até  que  o  tempo  a  transforme  numa  solidão  de  cinzas!

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