domingo, 17 de novembro de 2013

O JURAMENTO - CAP. II

O JURAMENTO
CAPÍTULO II

II

Os anos se passaram. Eduardo e Alice estavam a completar 15 anos. Suas famílias se reuniram e fizeram uma só festa. Foi uma noite inesquecível para os dois jovens. As comemorações tiveram lugar na casa de Alice, que era enorme. Após a valsa, Eduardo e Alice resolveram dar um passeio pelos jardins. A noite estava clara, as estrelas cintilavam alegres nos céus.
- Sabe, Dudu, faz cinco minutos e me lembrei de um certo juramento que fizemos quando tínhamos 7 anos. Você se lembra do juramento?
- Sim, Alice, eu me lembro. E você está disposta a cumprir o que naquela oportunidade duas crianças prometeram?
- Estou. Desde aquele dia não penso em outra coisa. Serei freira e, você, padre. Não está disposto a cumpri-lo?
Eduardo olhou para o chão. Desde um certo dia, quando tinha 12 anos, descobrira seus sentimentos em relação à Alice. Seu coração estava em disparada, desejava ardentemente confessar ali o que ocorria em seu íntimo, contudo o olhar inquisitório de Alice o fazia recuar.
- E então, Dudu, vai fraquejar agora?
- Não, Alice, o prometido será cumprido...
Eles estudavam na mesma escola e na mesma classe. Estavam sempre juntos, eram amigos de verdade. Mas, o que se passava no coração de Alice?
Alguns dias após a grande festa, Alice estava muito pensativa. Era uma noite de sexta-feira, ela havia terminado de banhar-se para dormir. Estava em frente ao espelho a pentear seus longos cabelos loiros, cacheados. Seus olhos azuis brilhavam. “Eu não posso fraquejar agora...Eduardo me ama, vejo isso nos olhos dele. O pior é que também o amo... no entanto, temos um juramento que é um compromisso sério, e haveremos de cumpri-lo. Deus, dai-me forças para não sucumbir, Dudu não pode nem sonhar o que há em meu coração...ajude-me, Senhor!”
Dois anos mais tarde concluíram os estudos secundários. Foi um verdadeiro rebuliço na casa de ambos os jovens quando eles relataram para os pais a decisão. A notícia teve mais repercussão na casa de Eduardo, os pais não aceitavam a novidade, até o levaram a fazer terapia com um psicólogo, de nada adiantou. Em casa de Alice, os pais estranharam, entretanto, como perceberam que nada podiam fazer, entregaram os “pontos” e deixaram a filha seguir livremente o destino que escolhera. Tudo estava consumado...

FIM DO CAPÍTULO II

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