quarta-feira, 4 de junho de 2014

Sensações Aeróbicas

( Indriso )
  
Meu olfato precisa deveras do tato
Para escrever na tábua das sensações o prazer
Que se exprime no ateliê das relações íntimas...

A visão mergulha nas ondas perceptíveis da audição
Para diagnosticar o paladar servido ao amor
Em que as estrelas são o tempero das reações psíquicas...

Manipulam-se esses sensoriais para desenhar-se as alegorias


Do mundo utópico que formatam os átomos da sinestesia!

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sucessivos

( indriso )


Sinto no outono uma nostalgia que me deprime
Quando vejo no tapete da passarela folhas mortas
Levadas pelos ventos que com nada se importam...

E a vida se renova com novas horas

Que o inverno impõe com frio e geada...

É tempo de perceber que a primavera se instala
Trazendo em seu sol brilho e perfume de opala
Que vão fomentar na natureza a chegada do verão!

Reflexões Estéreis

( Indriso )

  
Às vezes acho o mundo pequeno...

Fico aturdido e consumido por ideias
Onde rebolo no dolo das conclusões frenéticas
E o que penso e escrevo ferem a estética

Da imensidão criativa cativa da sensibilidade...
Então vinculo raciocínios que causam atrito
E fico embriagado com a arte e comigo...


O pensar é que é ínfimo, o mundo é imenso!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Orgulho e Vaidade

( Indriso )





Orgulho e vaidade, peçonhas que destroem
Os andaimes metafísicos do intelecto
E deixam a flutuar no espaço só restos

De pensamentos que os ventos não moem...
Na virgindade do raciocínio há açúcares amargos
Que na química das estações agora são encargos

Tributários que o tempo bastardo consignou


Perante taxas dissociáveis que cobram do amor!

Hipocrisia


A face do mundo parece idiota,
Ludibria-se facilmente cretinos
Acorrentados aos seus mimos
Num universo cheio de lorotas.

Sobre a imbecilidade há o poder
De trapacear-se sem dar na vista,
O usurpador é antes um pugilista,
A si mesmo engana sem perceber.

Os otários mergulham na vigarice
De uma patologia que é imundície
Nos habitats das tolas charnecas...

O que se vê da vida: falsos sorrisos
Que descrevem em pífios indrisos
Sensações travestidas por melecas!



domingo, 1 de junho de 2014

Vida de Ancião


É verdade que ando meio trôpego,
Mas dispenso o auxílio da bengala,
Cheguei ao mundo nu, sem nada,
Não há razão para ser meio lôbrego.

Devagar vou singrando meu destino,
A idade é um presente terno da vida
Que o tempo tece de forma urdida
Como medida dos anos sem arrimo.

Rugas, cabelos grisalhos... são enfeites
Que me adornam e servem de deleite
Ao anfiteatro da imensidão mundana...

Mesmo idoso tenho o que aprender,
O que guardo no íntimo é o dever
Que o próximo de mim deveras reclama!



Trens da Vida


Somos trens... O caminho é longo,
Em cada estação há flores de primavera,
O futuro é a incógnita que nos espera,
Mas até lá chegar, há glórias e tombos...

Sobre os trilhos a locomotiva avança,
Aqui e ali já não somos mais crianças
E a vida ensina que viver é uma arte...

A experiência dá-nos cabelos grisalhos
Que deveriam ser referência e atalhos
Para os mais jovens poderem espelhar-se...

Nas estradas férreas fenecem os exemplos
Deteriorados e enferrujados pela chuva,
No sol da juventude apenas existem curvas
Já que as retas são carcomidas pelo tempo!