terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O REDENTOR



Choveu torrencialmente naquele final de tarde.
O tempo destrambelhou a natureza veementemente.
De repente o céu escureceu numa iminente tempestade.
E tudo estremeceu perante os olhos dos homens infelizes.

Três dias depois um corpo havia sumido do sepulcro.
O que teria de fato ocorrido? Roubaram os restos mortais?
Para aqueles que o condenaram foi o que realmente se passou,
Porém a fé, que remove montanhas, sabe que o morto reviveu.

Renasceu para que se cumprissem as escrituras...
Que escrituras?
Ah, a Palavra de Deus através dos profetas.
Esta é verdade de que fala o Livro dos Livros: a Bíblia Sagrada.

Até hoje existem contendas sobre tais episódios.
Entretanto as Leis dos Profetas jamais falharam. Predisseram.
E tudo aconteceu conforme está escrito e subscrito.
Não é norma. É Lei. A mais perfeita LEI de que se tem notícias.

Idiotas são os que olham com desdém tais fenômenos.
Fracos são os que se deixam levar pela impiedade. São maus!
Imprudência das mais terríveis acomete a inteligência humana,
Por sinal a única verdadeiramente inteligente dentre os seres.

Nasceu. Seus primeiros instantes foram dentro de uma manjedoura.
Por que, então, permitiu o Pai tamanho desconforto para com o Filho?
Simples: para que o homem entendesse que a simplicidade é a razão.
Para que a humanidade soubesse, de imediato, que vida é humildade.

Que os filhos do Altíssimo compreendessem que tudo pertence ao Alto.
Que aqui nesta Terra somos apenas administradores dos bens celestiais.
Por isso a existência é efêmera e tudo passa num abrir e piscar de olhos.
Não obstante, vive-se exatamente o oposto. E esta adversidade traz frio.

Traz doenças incuráveis. Traz sofrimento, Traz dor. Resumo: hipocrisia!
O Filho do Homem veio até o planeta com um propósito, mas O traíram!
Traíram-No porque não O entenderam. Traíram-No por ambição e orgulho.
E acima de tudo, por uma pseudo vaidade que o mundo consome até hoje.

ELE nos trouxe todas as lições das quais necessitamos para sermos felizes.
Prodigalizou os mais incríveis milagres. Milagres que só ELE podia realizar.
Caminhou por terras distantes levando ensinamentos e deixando legados.
Provou por a+b QUEM era. Para que aqui estava. No entanto, crucificaram-No.

Transformou água em vinho. Multiplicou os pães. Ressuscitou mortos...
Andou sobre as águas do mar. Deu ordens aos ventos. Curou multidões
Dos mais variados males. Ensinou-nos a conversar com Deus: o PAI NOSSO.
Conversou com Abraão e outros no momento da Transfiguração. Provas!

Mostrou a todos o que é a liberdade, a justiça, o perdão, a fé, a caridade...
Não esqueceu de afirmar que somos a imagem e semelhança do Pai e,
Para tanto, disse com todas as letras que nada veio mudar, mas fazer cumprir.
Que ao nosso próximo devemos amar como a nós mesmos. Ao Pai, primeiro.

Nada passou despercebido. Santificou as crianças ao referir-se à inocência.
Com todas as letras e pontuações, confirmou delas o Reino dos Céus...
Então, inquiro, aqui o seguinte:  Por que ainda hoje há quem O renegue?
Diante de tantas pérolas e evidências, ELE foi, é e será sempre o Messias.

Nas águas do Jordão, perante todos, o Pai  O confirmou: Este é meu Filho amado!
A Voz veio diretamente das Alturas... Não há razão para não crer. Única Verdade!
Nomeou seguidores especiais para que espalhassem pelo mundo a Boa Nova.
Converteu Saulo de Tarso na estrada de Damasco. E este O aceitou, pois enxergou-O.

Desde criança levou uma vida simples a fim de que fosse imitado pelos homens.
Mas estes mesmos homens esperavam por um Messias Guerreiro. Rei da Guerra.
Não! Logo no princípio estava mais do que evidente: SEU REINO ERA O DOS CÉUS!
Pobres homens! Ainda hoje caminham sobre as esteiras da maledicência e do pecado.

Aportem-se! Apressem-se! As Escrituras do Filho do Homem estão bem próximas!
Os sinais há muito vêm sendo dados. Ainda é hora de trocar de roupa. Não de lavar,
Todavia de colocar novas vestes. O mundo não pode seguir diante de tanta maldade.
O Juízo é de cada um. Pegue sua cruz. Ele não morrerá outra vez. Seu nome: JESUS!




DE  Ivan de Oliveira Melo

domingo, 28 de janeiro de 2018

FACTORIA DE SUEÑOS



Yo cosecho las flores de la pasión
Y también siembro a la luz del día
El amor, porque es de la alquimia
Tacto y retoque del señor corazón.

Yo escribo en la cartilla del placer
Los periquetes que arrojan el rocío,
Porque cuándo del amor soy socio
Yo dejo todo sencillamente acaecer.

El celo charla en mis oídos sin prisa,
Por la madrugada yo siento la brisa
Del orgasmo que revienta mi cuerpo...

Adentro de una noche todo es santo
Y yo soy el alambrista, siempre canto
Mientras el son de mi voz es crespo!




Por Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

SEDUÇÃO



Felizes lábios em seus primeiros beijos
À sedução emotiva que o amor inspira,
Bendita a sensação em que se transpira
O suor passional vinculado aos desejos.

Tenente seja a prece recôndita do leito
Donde se tem da volúpia tons de prazer,
Sagrada seja a relação que se busca tecer
Em cada centímetro de ternura, o efeito.

Sequiosa esteja a alma que respira paixão,
Pois das carícias que umedecem o coração
Tem-se no orgasmo pleno a total entrega.

Irreverente seja a chama que ferve do cio
A centelha que mantém aceso o tom bravio
Que não permite intercessão do coito brega!


DE  Ivan de Oliveira Melo


terça-feira, 23 de janeiro de 2018

FILOSOFANDO O BELO





O belo, maravilhoso, tem circunstâncias
De alfa à ômega sem quaisquer distúrbios,
Caso haja preconceitos e sentidos dúbios
Noutros apêndices não haverá alternâncias.

No belo há estradas deveras paradoxais,
Pois é na intensidade que o teor configura
Toda a extensa sublimidade da coisa pura
Desde remotas eras passando por ancestrais.

Maravilha é um estágio mais que sedutor,
Congrega as nuances de todo e real amor
Que sufocam a alma dos mais líricos desejos...

Quem canta o belo a si mesmo envaidece,
Porquanto no húmus da beleza não há estresse
E o encanto se dá na luxúria dos aconchegos!



DE   Ivan de Oliveira Melo

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

SAGACIDADE



Sede constante, ó inteligência minha, não me abandoneis!
Vós tendes em mim fiel companheiro, astuto patrocinador
Dos ideais os quais está carente o mundo... Sou vosso ator
Das encomendas que só a argúcia é capaz de ser o freguês!

O anoitecer, o qual é vossa alegria, já ronda o céu de outono
E as estrelas luzidias brilham sobre os mortais da terra úmida!
Passarelas de folhas secas se estendem pelos pátios, a túnica
Que esconderá vossa abstrata afeição ainda não se sabe como,

Mas será bordada de puro ouro. Ó inteligência minha, do amor
Tereis as benesses da ternura e, de mim, conservareis o gáudio
Que é o regozijo do dever cumprido sob a tutela do decompor!

Ó inteligência minha, vede e senti que os ventos vos são dóceis,
Que tudo quanto desejais da minha vontade tendes como áudio
E, assim, não respirarei segundo vossos antepassados: os fósseis!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

EVIDÊNCIAS

Dentre vultos e sombras a noite cai,
Já se desmantela o dia, a estrela brilha...
Por toda a terra há filhos sem pai,
Há os que tem como mãe a estrela-guia.

Nada se ouve. A noite é de gala. Calmaria!
Os ventos murmuram com açoites leves
E gostosa brisa trespassa os tons da fantasia
Trazendo aos sentidos os arrepios de neve.

As horas suspiram perante fértil madrugada.
É a realeza do tempo salpicando amores
Pelos prados e campos até surgir a alvorada.

Há um sabor de orvalho quando renasce o dia,
Tem-se fecundo silêncio nas orações e louvores
E uma singular certeza de felicidade e alegria!



DE  Ivan de Oliveira Melo

domingo, 21 de janeiro de 2018

ANTIGOS DONS


  

Só uma tênue saudade, mais nada
Faz renascer o dom da vida, sem pressa;
Tudo o que na existência se confessa
É a esperança que existe tanto ressabiada.

No infinito o devaneio do espírito é sublime.
Devaneio que mantém a alma quase desperta;
São os instantes felizes que trazem alerta
O tempo em que da solidão se imprime

A ilusão que é um instrumento de posse.
Planta-se do milagre a audácia que foge
Pelas frinchas nos intervalos das horas.

Verdade. Contudo é nômade a vontade,
Porquanto cada cigano vive em sua realidade
E jamais se sabe onde sopram os ventos afora!



DE Ivan de Oliveira Melo

DISSIDÊNCIA



Desperto atônito rodeado de escuridão.
Meu vulto está fora do alcance de mim.
Abafo o grito que se instala no peito, enfim
Na penumbra do luar minha sombra dá-me a mão.

Vasculho da noite cada centímetro de silêncio,
Então compreendo: estou só no vagão do quarto.
Minha coragem sumiu, a fobia me faz um parto
Donde o medo que nasce é aroma de incenso.

Pareço oceano! Águas em torvelinhos de morte
Me convidam ao matrimônio, insigne consorte
Da imensidão que cobre planaltos do universo.

Vasta é a enxurrada que das trevas domina
Cada espectro que se move diante dessa sina...
Destino inócuo e cruel... Ah, sonho perverso!


DE  Ivan de Oliveira Melo



SEM DELONGAS



Sempre espero o amor dentro das madrugadas,
Isso desde os remotos tempos de menino.
Hoje dou guarida a este indomável inquilino
Que me assanha corpo e alma sem emboscadas.

Penso em minha calmaria no amor arquiteto
Que faz de mãos trêmulas relíquia e poesia
E traz dos engenhos celestiais saúde e alquimia
De modo a plantar nos seres o mais puro afeto.

Lentamente se consome do amor a chama
Que incendeia de volúpia os cios ardentes
E é esse o aconchego que o mundo reclama...

Pressentimentos enxergam o libido das mentes
E em altos brados vive-se a real fantasia
De que amar jamais será adereço ou utopia!



DE  Ivan de Oliveira Melo

TUGÚRIO



Não serei o derradeiro a colher das rosas
Nos imensos jardins atapetados de primavera.
Repartirei o aroma da flor que se venera
Como regalo aos amantes por este mundo afora.

Frutas várias adocicarão todos os paladares,
Quiçá trazendo dos açúcares, felicidade plena
Para que da alegria possa produzir-se alfazema
E possam os olfatos diluírem o sal dos mares.

Vivo no universo de uma natureza prodígio
E em derredor dos homens todo o desperdício
Deve ser aviltado como voraz e vil inimigo...

Dentre dias e noites na atmosfera há estações
Que regulam no tempo o vaivém das nações
E que esteja no amar qualquer tipo de abrigo!




DE  Ivan de Oliveira Melo

BIFURCAÇÃO


Subitamente chorei... Enterrei meu sorriso
Na densa névoa que fez de mim opaco...
Corpos desunidos, sem luz, senti-me fiasco
Do azedume que, às vezes, maltrata o idílio.

Repentinamente sem alvoroço alocou o tempo
E me vi atônito como sendo o último moicano
A desvencilhar-se dum amor que era engano
E que deixaria apenas cinzas do que é sentimento.

Bruscamente e não mais que de improviso
Inteira depressão deteriorou-me, fiquei inconciso
Diante da plateia dum mundo meio devasso...

De supetão levantei-me. Busquei abrigo próximo.
Era importante entender que o orbe é cósmico.
Imprevisível é medir esta esfera com o compasso!


DE    Ivan de Oliveira Melo


ATRAÇÃO



Essa criatura que a mim se atira
Faz dos meus braços dois cabides,
Deixo-os que de mim se aproximem
E se amparem nessa fortaleza caipira.

Dessa criatura só tenho favos de mel
Que adocicam as entranhas de carinho,
Sem seu aconchego estou sempre sozinho
E ao seu lado tenho uma centelha do céu.

Essa criatura só me vomita do que é amor
Uma candura que não há como repor
Caso n’algum dia de mim se afaste...

Criatura que é Sol e Lua, estrela única
Que me transformou em autêntica república
Donde se tem bilhetes para se amar em Marte!


DE  Ivan de Oliveira Melo


SENTIMENTO RÉGIO



Nas noites de procela, o mar geme
E os ventos, uivando, ruminam fúria;
Parece que a natureza chora e uma cúria
De pássaros gargalham sibilos em seus lemes.

No conforto das janelas as cortinas balouçam
Derribando objetos no soalho de pedra;
É a atmosfera aborrecida que, em sentinela,
Açoita as nuvens carregadas para que se ouçam

O afoito relampejar e as raios assaz atrevidos!
Trovões fazem quebrar no silêncio de vidro
As últimas palavras que assanham tempestades.

E o assalto se dá na madrugada escura e íngreme:
O tempo se abre e a Lua, principesca, torna-se vitrine
Ante o arrebol da manhã... E o orvalho, majestade!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 20 de janeiro de 2018

PASSAGEM



Sempre do meu pensamento serei detento
Por mais que a inconsciência seja contrabando
Dos conflitos que sugam do raciocínio o banzo
Que perfura da solidão o sonho que acalento.

Desejo resguardar no âmago todos os instantes
E fomentá-los sob a égide do querer mergulhar
Nas piscinas onde minhas lágrimas formam o mar
Da nostalgia donde enxergo tantos barcos distantes.

E enquanto o tempo for meu mais sincero cicerone,
Certamente terei no amparo dos deuses um clone
Para deleitar-me a fim de que possa suportar a dor...

Um dia, num futuro próximo, prolatarei tal devaneio,
Então da saudade formar-se-á o mais sagrado enleio
Que é a prisão de morte daquele que fenecerá de amor!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

LEITURA



Dentre as mais belas viagens
Destaco, sem reservas, a leitura!
A imaginação voa e se estrutura,
Concebe-se o mundo e as paisagens!

Tudo é encanto. Visitam-se continentes,
Contemplam-se folclores. Tudo é cultura!
Perante o olhar costumes e tradições se depuram
Para que se mostrem o viver das gentes!

Caminhar com os olhos é percorrer páginas,
Adentrar no psíquico indelével dos personagens...
Deles subtrair a experiência, segregar as imagens
Que alicercem de conteúdos todas as máximas!

É a mais completa das jornadas sem gastar tostões,
É o mais perfeito entretenimento para os corações!


DE  Ivan de Oliveira Melo


quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

LOST IN ME



My body is fevered today.
A strange rain fell on me,
It was very difficult to see
What I had to fell and say.

With the slight dew of time,
I felt that love is very heavy
And each one must be ready
To find joy and be even fine.

Sometimes the world smiles
And travel hundreds of miles,
So the tiredness comes soft…

When the world closes doors,
I think only to myself: what for?
I am fevered because I am lost!



By  Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

CAMARÇÃO



Ó frondosa floresta! Ó hercúleos campos!
Em teus sítios na relva me deito e durmo,
Respiro do aroma a plenitude do ar puro
E transpiro sob a égide da luz dos pirilampos!

Ó sintonia de matagais! Ó bosques de açucena!
Em teus jardins colho das mais belas flores,
Beijo das folhas outonais o incenso dos amores
E me deleito diante dos licores de alfazema!

Ó arvoredos das lavandas! Ó selva do silêncio!
Dentre teus planaltos e planícies há um imenso
Reduto de pássaros que cantam em altos brados!

Ó sarçal dos rios perenes! Ó brenha dos inocentes!
Dentre teus troncos há a esperança de mil gentes
Que oram na expectativa de sonhar em teus prados!



DE  Ivan de Oliveira Melo

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

CONFESSIONAL



Não desejo um amor que me perturbe
E que em mim se infiltre causando danos...
Não desejo uma paixão que me enlouqueça
E que inunde minha alma de alegorias...

Desejo um amor que me renove, sempre!
Mas que não seja como o Sol e a Lua, constantes...
Desejo uma paixão que arrebate de mim sabedoria
Para que possa eu apaixonar-me pelo que é excelso!

Não desejo um amor que me faça vítima da dor
E que me enclausure num constrangimento íntimo...
Não desejo uma paixão que me queime a razão
E me carregue para um deserto onde não haja oásis...

Desejo um amor enfeitiçado da paixão sublime, etérea...
Que me faça juiz de mim e que não se denomine miséria!



DE  Ivan de Oliveira Melo

domingo, 14 de janeiro de 2018

IMPRESSIONS

Je suis un ange.
Mes défauts, je les cache
Et les vertus, je les adapte
Dans le temple de mon apparence.

Je suis un archange.
J'ai plus de hits que d'erreurs.
J'ai de l'or, pas de l'argent,
Même ainsi, la vie est si ingrate...

Mon coeur est un autel intense
Où l'amour fait de votre maison,
mais la haine a ses routes
Et cela peut ruiner mes objectifs.

Je ne peux pas oublier que je suis un ange et un archange,
Pourtant, il y a beaucoup tombé du ciel.



Par Ivan De Oliveira Melo

sábado, 13 de janeiro de 2018

MARIONETAS



La naturaleza llora los vientos badulaques
Que transitan sobre las calabazas febriles
Y traen de las bohios las pobrezas infértiles
Dónde la vida es un calabozo de almas afins.

En el mundo las inteligencias son muy pobres,
La inmundicia de las conciencias desean arbitrio
Mientras la hambre y la sede adormecen el ser
Para que la hipocresia sea el alimento del pueblo.

En la atmósfera humana lo caos es tablado de lucha
Y los ensueños del porvenir una guerra individual,
Porque todo un colectivo baila según el tacto musical.

No ha cancha para la fidelidad... Muerta está la verdad...
Los espacios son oscuros y quien marcha está ciego...
Ciego de vivir sin los ojos de la antojo . Todos peleles!




Por  Ivan de Oliveira Melo

SINA






Das profundezas da terra se alevantam raízes
- A própria natureza planta, semeia e colhe –
E eu me sirvo dos manjares com que se recolhe
As horas fímbrias que tornam os homens felizes.

Dos arcanos do coração saltam belos sentimentos
- O próprio amor se desenvolve e encanta o cio –
E eu mergulho em ondas douradas e me arrepio
Perante a cobiça dos desejos que são unguentos.

Do fundo das verdades surge a etiqueta do ser
- Muitas vezes virginal que enleia de sumo prazer –
As vertentes que edificam os andaimes da felicidade.

Da superfície da hipocrisia se esclerosam mentiras
- Todas raquíticas, um dia perderão o viço e as liras –
Debalde florescerão no átrio com destino à eternidade!



DE  Ivan de Oliveira Melo

SINA



Das profundezas da terra se alevantam raízes
- A própria natureza planta, semeia e colhe –
E eu me sirvo dos manjares com que se recolhe
As horas fímbrias que tornam os homens felizes.

Dos arcanos do coração saltam belos sentimentos
- O próprio amor se desenvolve e encanta o cio –
E eu mergulho em ondas douradas e me arrepio
Perante a cobiça dos desejos que são unguentos.

Do fundo das verdades surge a etiqueta do ser
- Muitas vezes virginal que enleia de sumo prazer –
As vertentes que edificam os andaimes da felicidade.

Da superfície da hipocrisia se esclerosam mentiras
- Todas raquíticas, um dia perderão o viço e as liras –
Debalde florescerão no átrio com destino à eternidade!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

IGNÓBIL FARISEU


 Sou paramentado de trapos,
Retalhos da consciência ébria
Que bebe o dia em sua nudez,
Come da noite o sonho virgem.

Vestuário dum farrapo humano,
Indigente de molambos estéreis
Que devaneia sobre o bandalho
Tétrico das madrugadas juvenis.

Sou o andrajo das esquinas sujas
Onde se vomita a exaustão torpe
Que assedia rodilhas enferrujadas
Dos curumins desnudos das favelas.

Pedaços de pano surrados do suor
Que se derrama sobre os frangalhos
Têxteis do algodão meio escolástico
E retinto por manchas de equidade.

Sou paramentado por velhos trapos
E mesmo subalterno das vestimentas,
Condiciono as velhacarias ao engodo
Dos esfregões maltrapilhos da noite.



DE  Ivan de Oliveira Melo 

AMARGURA




Venho, venho sim, ganhar nesta noite o beijo
Que todo pecador oferta em sinal de traição,
As impurezas da madrugada são tranças e fitas
Qual letal amargura que derrama sobre o ventre!

Sobre o leito dos devaneios devassos há remorsos
Esculpidos diante das máculas tingidas de sangue...
Sobre o gozo das hipocrisias dorme o verme caótico
Que tudo sabe a respeito das indecências do mentir...

Marca-se de esterilidade o sonho capenga que é vício
Da pobreza inata do espírito que se talha sobre o peito
Enquanto se rói das flores da primavera apenas incenso.

Foge-se o tempo mediante a caduquice das hortas tontas
E na mortalha da vida pinta-se de azedume velho coração
Já cansado de salpicar sobre o corpo suas batidas de medo!


DE  Ivan de Oliveira Melo


TEODICEIA


O amor deve ser o destino
De quem quer viver epopeia,
Deve-se evitar a prosopopeia
Que faz da vida um desatino.

Evite-se o tom da onomatopeia
Que apenas é a imitação do som,
Na existência é preciso ter dom
Para caminhar sem ser centopeia.

Pelo caminho largo das estradas
Em cada esquina há uma odisseia,
Livrar-se da hipocrisia da plateia
É perambular por sutis alvoradas.

E, assim, o amor é evento e ideia
Para não se ter uma vida plebeia!



DE  Ivan de Oliveira Melo

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

AMARGURA

Venho, venho sim, ganhar nesta noite o beijo
Que todo pecador oferta em sinal de traição,
As impurezas da madrugada são tranças e fitas
Qual letal amargura que derrama sobre o ventre!

Sobre o leito dos devaneios devassos há remorsos
Esculpidos diante das máculas tingidas de sangue...
Sobre o gozo das hipocrisias dorme o verme caótico
Que tudo sabe a respeito das indecências do mentir...

Marca-se de esterilidade o sonho capenga que é vício
Da pobreza inata do espírito que se talha sobre o peito
Enquanto se rói das flores da primavera apenas incenso.

Foge-se o tempo mediante a caduquice das hortas tontas
E na mortalha da vida pinta-se de azedume velho coração
Já cansado de salpicar sobre o corpo suas batidas de medo!


DE  Ivan de Oliveira Melo



domingo, 7 de janeiro de 2018

BOTÂNICA DE MIM

Há pétalas de esperanças caídas no chão
E sequelas de nostalgia levadas pelo vento,
Retalhos do humor afrodisíaco eu os invento
A fim de abstrair fragmentos do meu tesão.

Há pedaços de felicidade cerzidos de tristeza
E galhos de solidão nas marquises das horas,
Grãos infinitos de sonhos que revivo de outrora
São temperos de saudade levados pela correnteza.

Há minúsculos filetes de lágrimas em minha face
Que parecem cubos onde umedeço meu disfarce
Para que meus devaneios não sejam caroços secos...

Há caules de sofreguidão que permanecem vazios,
Mas pelo tronco da existência me lavo e me espio
E me preparo solene para o descanso. E adormeço!



DE  Ivan de Oliveira Melo

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

SONHOS

( Talentai Duplo )



Sonhar é ferir a realidade...

Os sonhos são desejos faraônicos
Que, às vezes, atenuam sofrimentos,

Mas que embebem a alma de supra realidade
E atiçam de prazer o que é fantasia...
Os adereços de um sonho podem perturbar

O cognitivo e deixar a razão mentecapta.
Sonhar faz bem até certo limite,
São os devaneios possíveis de plena realização,
Contudo há sonhos que são luxúria e alegoria.

Sonhar é uma necessidade vital do homem.
Há estágios oníricos que enriquecem, outros empobrecem
E trazem em seu bojo a rigidez do impossível.
Há quem sonhe em estado de vigília... Perigo!
Tais indivíduos se excitam, perdem o controle de si

E se permitem carregar para o estágio ilusório
O que desperto pode provocar a cegueira da alma
E adentrar em espaços fictícios vizinhos da loucura,
Ou mesmo flutuar num vazio que leva à morte.
Sonhar não é leviandade, é mera abstração

Da inconsciência que vivifica desejos pré-concebidos.
Não há quem sonhe com o desconhecido, deveras!
Os sonhos são palpáveis na fértil imaginação,
Mas arrolam precipícios em que a queda é a desilusão.

A sensação de sonhar satisfaz momentaneamente,
Todavia deixa como prejuízo um engodo que,
Não trabalhado a contento pelo raciocínio lógico,

Induz a criatura a traumas irreversíveis...
Fundamental é refletir sobre o estágio onírico

E dele retirar o que for positivo para uma vida salutar!


DE  Ivan de Oliveira Melo


LIFE LESSONS

When I am lost among the ideas,
I prefer to stay quite and alone…
Why? Because there are stones
In the path of my life… Tears!

In my mind there is a universe
Where I can find all that I want…
Everybody knows: I am inconstant
Because of this I write some verses!

In this world persons are indifferent,
Each one wishes to be independent.
Loneliness kills anybody silently…

It’s necessary to shout out with my soul!
Maybe the universe be the best school
And I have to learn the lessons prudently!



By Ivan de Oliveira Melo  

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

GRATIDÃO

O coração que não esquece conhece gratidão,
É um ineditismo que existe no seio das gentes
Embora neste universo tudo pareça indiferente,
Até mesmo bênçãos dadas à mercê do coração.

Feliz de quem se lembra dos arrimos que recebe,
Pois aí está a convicção de uma atitude mui nobre,
Infeliz é aquele que a joga na sarjeta, pois é esnobe
E certamente é alma penada que necessita de prece.

Reconhecimento é um dom divino deveras sagrado,
O indivíduo que o guarda no peito é senhor do arado
Que se semeia no íntimo e em cuja colheita há amor...

Esquecer os beneplácitos que a vida oferece grátis
É ter o espírito enferrujado e doentio... Ter a práxis
Deste novelo egoísta é plantar espinhos e colher a dor!



DE  Ivan de Oliveira Melo

PALATOS HÍBRIDOS

Mi destino será una fosa de poca profundidad
Y allá mi cuerpo habrá dormido y también soñado
Con los gusanos que habrán comido mis carnes...
Entonces yo despertaré para una nueva enfermedad

Que será un mundo donde la aventura es fantasía...
En lo universo ha un metafísico lleno de fantasmas
Que son los pensamientos cadavéricos de las tumbas
Adonde van las almas que se alimentan de la alegoria.

Mis huesos serán carcomidos a través de la tierra húmeda,
Y los insectos chupónes del sangre de la podrida carnicería
Estarán en fiesta en lo ágape paladeando el miasma pocho.

Hay también los cuervos que beberán las máculas únicas
Que son el aroma de los vientos morbosos de la alquimia
De una vida embrujada por la magia del hombre muerto.


POR  Ivan de Oliveira Melo

    

CONSUMAÇÃO

Eram somente homens fantasiados de lírio,
Perfumados consoante os adereços da plebe
E ornamentaram os espaços duma gleba fofa
A fim de que o mau-caratismo dissesse adeus.

Travestidos sentimentos organizaram a tertúlia
E os indesejados, desavergonhados, iam embora
Sem deixar que a saudade ruminasse de solidão
Ingênuos corações que ainda criam em mudanças.

Tais foram as atitudes do povo sofrido e alienado,
Fizeram o desembarque da ingratidão que oprimia
O senso cavalheiresco da multidão que catava preces.

E um novo tempo surgiu... Horizonte banhado de fé
Na vontade firme de transformar cenários de terror,
Agora límpidos para que a vergonha pudesse governar!



DE  Ivan de Oliveira Melo