domingo, 7 de julho de 2013

Amor Imortal


Em  meus  alfarrábios  monto  um  dossiê
Onde  reproduzo  minhas  lutas  interna  e  externa,
Situações  que  estão  cadáveres  permanecem  alerta
Nos  pergaminhos  em  que  descrevo  instantes  de  prazer.

A  morte  é  apenas  aparente  no  amor  em  crise,
De  repente  a  solidão  masturba  a  saudade  que  vela
Ingredientes  de  uma  paixão  que  se  torna  novela
Nos  arcanos  de  um  íntimo  que  devaneia  o  reprise.

A  voz  do  âmago  grita  suplicando  linha  de  retorno
E  o  sentimento  devorado  pela  nostalgia  quer  tudo  novo
Já  que  o  velho  não  envelhece  volúpia  e  sofreguidão...

O  tempo  é  sempre  virgem  no  cio  dos  enamorados,
A  sepultura  vira  utopia  para  algemas  que  não  são  pecados

E  que  sobrevivem  muito  além  das  fantasias  do  coração!

Reboque Psíquico


Vivo  a  colher  amostras  de  minhas  emoções
Na  tentativa  de  compreender  o  psiquismo  humano,
Pesquiso  em  detalhes  sistemas  de  lucros  e  danos,
Pontos  extremos  no  equilíbrio  das  sensações.

Grande  diversidade de  átomos  circula  pelo  sensitivo
No  austero  controle  das  fontes  de  energia,
Qualquer  desnível  provoca  curto  de  melancolia
Afetando  a  felicidade  nas  encruzilhadas  do  intuitivo.

Programas  pessoais  são  gerados  com  disciplina
Para  manter-se  a  balança  na  medida  em  que  oscila
Equacionada  perante  os  padrões  normativos  da  estética...

Arrepios  que  produzem  êxtase  levam-me  ao  medo
De  um  campus  desconhecido  onde  eu  seja  degredo
Da  fantasia  que  transforma  tristeza  e  alegria  em  onda  cinética!


terça-feira, 2 de julho de 2013

Linearidade Cósmica


Avalanches  de  concreto  desabam  em  ruína,
Da  poeira  tóxica  sentimentos  estão  reféns,
Alaridos  silvestres  desembocam  no  espaço  aquém
Onde  nuvens  carregadas  ameaçam  carnificina.

Intensa  ventania  percorre  quilômetros  da  encruzilhada
Em  que  fetos  e  embriões  sucumbem  no  diagrama  inóspito,
A  existência  embriaga  recheios  de  vida  e  óbitos
Numa  turnê  de  tempestades  malditas  e  manietadas.

A  seara  vazia  é  manifesto  da  natureza  que  chora
As  barbáries  impostas  pelo  metafísica  inodora
Que  sofre  na  combustão  de  poluentes  o  teor  tétrico...

Nas  academias  do  ambiente  o  respirar  se  desintegra
Num  latrocínio  de  oxigênio  em  que  vindouras  eras
Serão  plastificadas  pelo  marcapasso  do  descrédito! 


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Musical Matutino


Minha  janela  é  um  palco  de  artistas,
Todas  as  manhãs  curto  com  encanto
A  natureza  que  encobre  com  seu  manto
A  luz  virginal  do  dia  que  é  perfeccionista.

No  pouso  dos  pássaros  ouvem-se  melodias
Que  os  tímpanos  absorvem  em  indelével  compasso,
Cantos  sublimados  enfeitiçam  cada  pedaço
De  uma  atmosfera  aromatizada  de  beleza  e  magia.

Ritmos  distintos  capturam  da  música  um  sabor
Que  faz  do  orvalho  matinal   essência  de  amor
Numa  arena  em  que  cada  nota  é  um  efeito...

No  coro  dos  pardais  e  na  sonata  dos  sabiás
Tem-se  o  deleite  que  me  faz  abrir  os  vitrais

Para  contemplar  o  colosso  do  contraponto  perfeito!  

Vale das Flores


Jardins  perimetrais  enfeitam  extensas  avenidas,
Em  cada  canteiro  o  olfato  navega  e  se  delicia,
Borboletas  e  colibris  bailam  suave  à  luz  do  dia
Alimentando-se  do  néctar  das  plantas  constrangidas.

No  espaço  verde  das  acácias  há  ramas  de  amor
E  as  samambaias  sorriem  alegres  e  venturosas,
Esquilos  se  escondem  na  folhagem  das  avencas  talentosas
E  no  sol  que  purifica  dálias  saciam  o  sentimento  multicor.

Cravos  cortejam  o  perfume  aromático  das  rosas
Que  se  abrem  felizes,  mas  extremamente  dengosas
Perante  o  assédio  de  humanos  na  atmosfera  suspensa...

Na  fotossíntese  que  oxigena  as  flores  ficam  adormecidas
E  em  silêncio  a  noite  renova  cada  extrato  de  vida

Para  que  a  paixão  seja  símbolo  de  prazer  e  inocência!