quinta-feira, 24 de novembro de 2016

PANTEÃO CÓSMICO

Desonram os ventos aos menestréis da natureza
E trapaceiam da virgindade deveras pequenina
Trilhas verdes dentro do mato que são uma sina
No alvorecer das nebulosas manhãs e da incerteza.

Ludibria o sol do cerrado e das vertentes campinas
Cinzentas nuvens carregadas de magistral perfume
Donde se percebe o alcorão que traz da vida o lume
E se espalha pelo verdor postiço de cruéis lamparinas.

Engana a lua dos amantes debaixo de finíssima chuva
Que ensopa dos canapés o átrio da restinga impura
Inundando de orvalho os capins de sutra ribanceira…

Letal retrato duma paisagem hostil e ainda apócrifa
Que faz das reminiscências enlevo de quem é apóstata
Perante astros cadentes e fugidios da abóbada feiticeira!




DE Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

SINTONIA

Dizer que amo teu corpo desnudo
É tão sublime quanto a leve bruma
Que no espaço navega como pluma
E em teus lábios desvenda o veludo.

Sobre mechas dos cabelos doirados
Minhas mãos passeiam como cafuné,
Minhas pernas te cruzam na chaminé
E durmo em teus braços apaixonados.

Diante de tua boca há o elixir do amor
Que te acaricia e te faz sentir do sabor
A penumbra que envolve tesão e prata…

Enquanto o silêncio sussurra a agonia,
Teu corpo e o meu são adrede fantasia
Dum enlace que se banha em cascata!



DE Greed Taylor



Grande poeta. Meu amigo.

CONFIGURAÇÕES

Sempre mergulho num alfa biônico
E vislumbro sequelas de gamas senis,
Tampouco sincronizo betas, jazem bis
Na ômega aventura do meu biotômico.

Dentre valores algébricos há gangorras
Donde se destacam as alvíssaras do Pi
Que se depura diante do tudo o que vi
Renascendo sinuoso livre de masmorras.

Delta é um espaço deveras matemático
E em suas funções deito o anátema fático
Que dialoga números e expressões vitais...

No teta apêndice configuro meus sonhos
E perante as altas potências componho
Um glossário onde ratificarei meus anais!



DE  Ivan de Oliveira Melo


terça-feira, 22 de novembro de 2016

NEGATIVOS

Não é somente a alma que chora e se angustia,
É também o coração fragmentado em pedaços
Que clama do amor a audiência sem intervalos
A fim de que a paixão não embote a dor fugidia.

Não são apenas lembranças que são fotografias,
São igualmente os espelhos que desenham faces
E deixam nas cicatrizes do tempo marcas e lacres
Para que nos olhares sem solidão haja melancolia.

Não é só saudade que tinge de carinho a ausência,
Mas dum tênue sentimento de casta jurisprudência
Que acaricia a emoção e produz sensação de ardor…

Não é a solidão um convite donde se abstrai energia,
Todavia a emancipação dum tesão que não é alegoria
E, sim, um reflexo de arte em que o conteúdo é amor!



DE Ivan de Oliveira Melo   

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

NÃO E SIM

O silêncio é a audácia de uma reflexão…

Perante situações anacrônicas o eu padece
Dum niilismo crônico e vincula ao estresse

Um vazio obsoleto e profundamente deserto
Donde o que sobra é eco da insensibilidade
Já manifestada diante dos precipícios do não…

A alma se agita e grita num tom angustiante,
Buscando as respostas que satisfaçam o juízo
Que atropela os mecanismos do saber contrito
Consumado pelos desvarios de seres amantes.

No solo das imperfeições tudo é possibilidade...
O que se vê e o que se sente é o desequilíbrio
Pontiagudo dos lados do raciocínio ilógico
Que atua nas manifestações que são trampolim
Donde o que veementemente se espera é o sim!



DE Ivan de Oliveira Melo


domingo, 20 de novembro de 2016

DERRAME DO ÂMAGO

Minhas ideias andam alcoolizadas,
Trituradas pelo metanol da mente
Que rebola dente labirintos e sente
O ébrio mascar das falsas alvoradas.

Meu raciocínio é de etnia amarelada
Donde se obtém uma raça mitológica,
Nada se consuma perante uma lógica
Que inverte valores e jamais se dilata.

Eis-me preso a uma fatalidade de mim
Que navega na inconsciência sem fim
Dum cérebro cujo leme parece droga...

Consciência aborígene que me é farrapo
Duma vida sem ritual, ferida esparadrapo
Que nada cola nem protege e se afoga!



DE Ivan de Oliveira Melo 

HELP US!

TEXT


HELP US!


                                                                                                       By  Ivan de Oliveira Melo

          Two ancient friends arrived in an old restaurant on the road. Both were hungry and tired. They want to eat something. The restaurant was empty that hour but there is a good waiter to serve them.
- Please, waiter!
- Can I help you?
- Yes. What do you have to eat here?
- Well, it’s too late but I think that I can offer some food for you.
- Okay. I prefer vegetables and my friend wants a sandwich with cheese and ham. Is it possible?
- Naturally, Sir. What kind of vegetables do you prefer?
- Cooked onions, tomatoes, sweet potatoes and so one.
- It’s very difficult to find cooked onions, then I am going to try.
- To drink we would like brandy and iced soft-drinks.
- Ah! You are smart. Time is very cold and a good brandy it’s marvelous to warm the body.
- Perfect. We are waiting, please.

Some minutes later.

- I’m sorry but the boss said that the restaurant is closed. It’s two A.M.
- Oh! Don’t say that! Help us! A long journey waits our feet and we need to full our stomachs.
Please, waiter!
- Well, here there is no food more. I live near here  and if you want I can serve you in my home.
- Good! By the way, are there two beds for our rest?
- I don’t know. I’ll call to my wife and I’ll ask her.
- Excellent! Do this for us!

After fifteen long minutes.

- You’re bad luck. Unhappy my wife told me that other beds are broken...
- Dear me! Help us, please!
- Okay. I had an idea. In the end of the yard we have a chicken place. Would you like to sleep with them?
- My idea is better than yours. You and your wife give us your bed and you are going to sleep in the chicken yard...
- Go to a hell!!!


THE END