segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Amanhã



Passagem  de  ano...
Vomitem-se  as  desgraças,
Engulam-se  as  bem-aventuranças...
Que  o  passado  enterre  os  males
E  o  presente  seja  a  flor
Que  se  cultive  em  todos  os  lares
Para  que  se  tenha  um  futuro  promissor!

Quem  capengou  pelo  ano  velho
E  tropeçou  nos  degraus  da  vida,
Desvende  a  linha  reta  e  siga
Por  estradas  em  que  não  se  vejam  farelos,
Mas  uma  plataforma  de  salutares  esperanças
Em  que  tom  e  dom  edifiquem  suntuosos  castelos
Onde  se  possa,  afinal,  vivenciar-se  o  amor!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Vida... Sabedoria Popular?



Nem  tudo  o  que  cai  na  rede  é  peixe...
O  sangue  que  ferve  por  você...
Nem  tudo  o  que  reluz  é ouro...
Mas  vale  um  pássaro  à  mão  que  dois  voando...

Ditos  significativos,  sabedoria  popular,
E  o  tempo  voa,  e  o  tempo  corre
E  você    um  trago,  toma  um  porre
E  o  fumo  entra  e  o  acaricia  devagar...

De  repente  você  desperta,  pensa:    não  sei,
Em  terra  de  cego  que  tem  um  olho  é  rei...
Teimosia:  água  mole em  pedra  dura,  tanto  bate  até  que  fura...

Quem  com  ferro  fere,  com  ferro  será  ferido...
E  você  na  mesma,  não  rebola,  virou  paralítico
De  uma  vida  que  requer  dinamismo  e  que  não  se  especula!


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mundo novo... Vida nova!



Sabe  quando  o  mundo  vai  acabar?
Quando  a  Terra  girar  pelo  avesso,
Futuro  será  passado  até  o  começo
E  o  presente  não  terá  mais  lugar.

Com  o  tempo  decrescente  tudo  está  escrito,
Cada  qual  sabe  o  momento  exato  de  ser  pó,
Mortos  ressuscitarão  e  contemplarão  o  arrebol
Na  vida  que  retroage  até  encarar-se  o  Paraíso...

A  maçã  será  devolvida  à  arvore  do  pecado
E  os  ventos  voltarão  a  soprar  o  ar  puro,
Milhões  de  anos  vividos  ficarão  no  escuro
Até  que  a  nova  humanidade  assimile  esse  recado.

Eis  o  advento  de  uma  era  que  vem  do  além
Massageando  de  alegria  os  habitantes  da  Nova  Jerusalém!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Mentira maltrata...


De tanto mentir feriu a boca
Deixando à mostra os dentes
Que suplicavam impacientes
Devido à fome atroz e louca...

Percebeu que fora imprudente,
Mentira muito, desesperadamente,
O castigo era não poder comer...

A sede também o importunava,
Ferimentos enfeitavam a garganta,
A morte o convidava à campa
E ele, atônito, suava que suava...

Chorou que chorou... que lição!
Olhou para o céu, pediu perdão
E a Verdade disse: perdoei você!

Tráfego de Emoções



Do  tudo  em  torno  de  mim  eu  comento
E  o  nada  que  me  rodeia  eu  vejo  vazio,
Com  o  calor  da  consciência  tempero  o  frio
E  me  sinto  morno  perante  os  perigos  que  enfrento.

A  luz  que  se  apaga  deixa  distante  o brilho
Do  reflexo  mental  em  que  a  inspiração  se  amolda,
Impulsos  nervosos  causam  sensações  que  produzem  nódoas
E  as  emoções  se  aglutinam  pelas  estradas  que  trilho.

Caminhos  transversais  travestem  a  sensibilidade  nula
De  tons  obscuros  cujos  efeitos  energéticos  se  especulam
Através  do  pensamento  prisioneiro  da  inconsciência  adormecida...

O  dom  da  percepção  trota  pelos  átomos  das  ilusões
E  desperta  fantasias  congestionadas  por  trancafiados  corações
Que  coordenam  diretrizes  do  tráfego  da  própria  vida!



Nudez



Visão  por  demais  perfeita,
Resultado  de  gestos  e  poses  sensuais
Que  embelezam  o  cenário  da  criação  artística,
Mostrando  do  grotesco  ao  sublime  uma  inspiração  colossal.

A  contemplação  devaneia  o  espírito 
Despojando-se  dos  preconceitos  banais,
Sedimentando  raízes  de  sonhos  sedutores,
Transformando  em  sensatos  insipientes  intelectuais.

Em todos os recantos  da  imensidão  universal
Contagiantes  efeitos  norteiam  a  sensibilidade,  modelam  o  talento,
Impulsionam  os  mais  diversos  e  conscientes  caracteres
E  fazem  da  nudez  um  ideal  transcendental.

No  envolvente  embate  contra  as  forças  ocultas,
O  poder  magnificente  do  belo  se  sobrepõe
Formando  um  esteio  de  fortalezas  inexpugnáveis
Onde  a  nudez  repousa  dos  olhares  febris...

Quanto  a  uma  possível  deterioração  deste  painel  fotográfico,
Talvez  nem  mesmo  a  consumação  dos  séculos  oponha  resistência!


( Poema  publicado  em  meu  livro SINFONIA  DE  AMOR,  página 23, Publit Edições,
   Rio de Janeiro, 1ª. edição, 2010 )