sexta-feira, 31 de maio de 2013

Naipes da Ventura




Nas  cartas  jogo  meu  destino
E  quatro  companheiros  varrem  as  estradas,
São  naipes  de  índoles  sazonadas
Que  me  livrarão  do  muro  de  arrimo.

Na  batalha  pela  sobrevivência  uso  as  espadas
E  afasto  de mim  redemoinhos  de  fofocas,
Abro  meu  coração  para  o  amor  das  copas
E  o  fogo  das  paixões  queima  mazelas  enfeitiçadas.

No  mundo  gigantesco  tenho  de  lutar  contra  os  maus
E  meus  inimigos  atiro-os  numa  floresta  de  paus
Para  que  sejam   incinerados  pelas  labaredas  do  perdão...

Quando  amainar  a  tempestade,  o  tempo  será  outro,
Então  convidarei  a  turba  para  receber  um  quinhão  de  ouro,
Pois,  aprendi  que  na  vida  tem  de  haver  divisão!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Vitrine



Talvez  o  espelho  seja  opaco...
Consequência:  imagem  distorcida!
Importante  manter-se  na  defensiva
Para  não  se  perder  nos  próprios  cacos!

Na  vitrine  em  que  se  analisa,
A  pessoa  deve  buscar  a  retaguarda,
Sabe-se  que  a  visão  é  crítica,  árdua,
E  opinião  de  um  terceiro  não se  desperdiça!

Enigma  é  com  o  sorriso  da  Madoma
Que  o  concretismo  da  vigília  ultrapassa  séculos,
Não  é  que  diante  de  si  deva  se  parecer  cético
Nem  se  permitir  trapacear  pelas  ondas...

A  correnteza  do  rio  leva  as  águas  para  o mar,
Sonho  é  transporte  em  que  se  permite  viajar! 

Penico de Barro



Penico  de  barro  enferruja?
Esse  trote  é  o  mais  antigo  do  mundo,
  causou  dissabores  profundos
E  é  uma  pergunta  tão  esdrúxula!

Ainda  vem  nas  horas  mais  inconvenientes,
Às  vezes  estamos  assoberbados  de  trabalho,
Noutras  atendemos  com  cara  de  paspalho
E  nem  respondemos  como  deveríamos,  sinceramente.

Um  dia  estava    em  casa  no  banho
Quando  o  telefone  tocou  e  achei  estranho,
Mesmo  assim  atendi  enrolado  numa  toalha  azul...

Tirei  o  fone  do  gancho  com  a  mente  suja,
E    veio  a  pergunta  se  penico  de  barro  enferruja,
Então  displicentemente  respondi:  “depende  do  cu!”


Sozinho...



Escuridão
vácuo
tropeços...

Sombras
deserto
segredos...

Vultos
solidão
endereço...

Onde
vou
ficar?

Repouso



Na
estrada
vou 
voar...

No
céu
vou 
plainar...

Na
terra
vou
descansar

debaixo
de  sete
palmos...  

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Locuções de Felicidade



Ontem,  hoje,  amanhã... bingo!
Sequência  natural  de  advérbios...
Antes  e  depois,  dois  hemisférios
Que  o  tempo  acaba  consumindo!

Na  correnteza  das  horas  o  detalhe
Que  torna  minutos  e  segundos  determinantes,
No  aconchego  dia  e  noite,  eternos  amantes
De  um  união  que  não    como  se  separe...

Cedo  ou  tarde  o  amor  se  revela,
Toma  então  como  única  passarela
O  coração  onde  finca  suas  raízes...

Dúvidas  são  massageadas  pela  realidade
Que  se  incorpora  numa  estação  de  intensidade
Em  que  circunstancialmente  todos  são  felizes!

Fetiches da Noite



A  noite  será  criança  sempre
Quando  sob  a  lua  falar-se  de  amor,
Brilho  que  alumia  uma  estrada  sem  cor,
Mas  que  faz  serão  no  coração  das  gentes!

A  noite  pode  ser  quente  ou  fria,
Pouco  importa  isso  ao  universo  da  paixão,
Mensura-se  o  nível  que  agride  a  atração
Pelos  sintomas  que  tecem  o  borbulhar  da  nostalgia.

O  sereno  é  afrodisíaco,  sim  senhor,
Quando  a  brisa  desperta  dos  átomos  o  ardor
Que  faz  estremecer  a  estrutura  do  organismo...

A  sensualidade  adormece  delírios  noturnos
Que  sussurram  prazeres  nos  corpos  mudos
Hipnotizados  pela  aderência  sensível  do  fetichismo!   

terça-feira, 28 de maio de 2013

Mansidão é Requinte


 
O  caráter  caracteriza  o  talento,
A  personalidade  desenha  a  forma,
Os  maus  princípios  deformam
A  essência  salutar  do  sentimento.

Vigia  é  receita  que  se  recomenda
Com  as  palavras  e  as  atitudes,
Todos  têm  defeitos  e  virtudes,
Mas  ser  consciente  evita  encrenca.

É  sabedoria  saber  dosar  o  impulso
Que  às  vezes  foge  do  seu  curso
E  retrata  o  contrário  do  que  se  é...

Controlado  o  estresse,  a  tranquilidade  chega
E  num  mar  manso  tudo  se  aconchega
Para  com  sapiência  fazer-se  o  que  se  quer!