sexta-feira, 19 de outubro de 2018

DIAGONAIS




Faca cortante
Que decepa a vida,
Afiados gumes brancos
Para decapitar
O alfa e o ômega
Da existência
E do viço alegórico.

Precipício da inconsciência
Que sobrevive de fantasias
E do pensamento onisciente.

Superstição de utopia
Que navega pelo espaço
E sobre a crosta do orbe
Derrama uma crista densa
Sobre os mares devolutos.

Mede-se as horas
Como a cratera unilateral
Dos penhascos inumanos
Que deletam um sujeito oculto
Pelo objeto da transitividade
Bipolar da oração unipessoal.



DE  Ivan de Oliveira Melo

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

LIBERDADE



Preso às babaquices do cotidiano, aqui estou.
Busco lembrar de não esquecer que sou urdido
Pelas intempéries da modernidade que são dor
E tremenda angústia de um papel já destruído
Que utopicamente afirmava: na vida, só amor!

Perco-me do céu, as veredas estão maltrapilhas,
Sujas pela devassidão de um destino meio insosso,
Choro pelas desventuras agora habitantes das ilhas
Onde a liberdade faz morada distante dos moços
E definitivamente delinquente de quem só dedilha

As notas ébrias de uma viola arcaica e sem pudor...
Sigo prisioneiro de um progresso sem novidades,
Contudo sei que a morte ronda e me deixa indispor
Do sagrado pedestal da existência: a eternidade!


DE  Ivan de Oliveira Melo 

ROT





The air is contaminated by feces...
They are thoughts that stink
And the minds don’t know to think
About the food that fortify the soul.

It’s a terrible stench in the space…
Ideas become worms of the words
And their meanings seem the cords
Of the toilet flush… All is fake!

There are bad substances in the feelings,
The bodies produce dung, they are bullying
That mess pure and vital intelligences…

The world is full of dangerous bacteria,
The persons often have hard dysenteries
And the smiles die in their essences!



BY Ivan de Oliveira Melo