domingo, 30 de dezembro de 2018

VAQUINHA





Alô, amigos e amigas!



Como é do conhecimento geral, eu sou poeta e escritor. Atualmente está muito caro publicar um livro e eu tenho vários deles prontos para edição. Infelizmente, devido a crise que se insta-   lou em nosso país, não estou conseguindo recursos próprios para fazer a publicação de novas obras, por isso resolvi criar esta vaquinha e pedir doações aos amigos e leitores a fim de que   eu possa trazer a público as minhas novas criações literárias. A contribuição é livre, você  doa    quanto puder e quiser. Posteriormente, juntando os valores das contribuições,      certamente   terei um total que me permita levar adiante meus novos projetos.

Desde já agradeço sua atenção e, se possível, sua contribuição, por pouco que seja.

Ivan de Oliveira Melo



AS DOAÇÕES DEVEM SER ENCAMINHADAS PARA O SEGUINTE ENDEREÇO BANCÁRIO:

Em nome de IVAN DE OLIVEIRA MELO

C.P.F. – 101.362.404-10

Banco Itaú

Agência – 0364

Conta Corrente – 65.410-3




quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

QUEM SERÁ?






Tanto fez como tanto faz,
Fala que fala e faz tão pouco,
Falar-se-ia que é meio louco,
Porque usa a língua e fala demais.

Tete a tete com seu povo,
Diz-se arma e não é armadura
E a violência campeia, até perdura
Perante um cenário onde nada é novo.

Faz promessas saboreando a demagogia,
De tudo fala e impõe a apologia
Como tema excêntrico de discriminação...

Tanto faz como tanto ainda não fez,
Então mal assessorado e sem polidez
Usa da palavra para falar em canhão!


DE  Ivan de Oliveira Melo


sábado, 15 de dezembro de 2018

LER É A SOLUÇÃO!




     Como professor de Língua Portuguesa e Literatura, posso afirmar que é terrível  a ausência de leitura nos jovens da atualidade. Tal ausência traz uma série de implicações que vão, desde a falta de conteúdo para dialogar e escrever, até a plena dificuldade para interpretar um texto.
     É verdade que o progresso  chegou,  a Ciência  trouxe  uma  enciclopédia  de novidades que afastam a mocidade da  leitura,  principal  forma  para  obter-se  argumentação  tanto  na  fala   quanto na escrita. É aí que se percebe o nível do estudante, quando o mesmo tem  de  usar da criatividade na elaboração de um texto.
     Preocupado com a referida tendência de aversão à leitura, resolvo trazer a  público  minhas  obras, tanto em poesia como em prosa. Tenho 8 livros publicados  e um  número  considerável   de arquivos de futuras obras: poesia e novelas literárias. Convido você, pais e estudantes, a ler    o que eu escrevo. Com um simples depósito de  R$ 10,00 ( dez reais ) envio  para  seus  e-mails   arquivos ainda inéditos de obras literárias de minha autoria.  Não  são  “e-books”,  são  apenas         arquivos em WORD/PDF. Passarão a ter contato com meus poemas e minhas novelas literárias
com arquivos que, num futuro bem próximo, estarão publicados, oficialmente.
     Desejando tê-los em seus EMAILS, faça o depósito em minha conta e me  avise  pelo  e-mail
Imelo10@gmail.com , após a verificação e confirmação do depósito, remeto  os  arquivos   em
anexo para você diretamente em seu e-mail.
imelo10@gmail.com 

BANCO ITAÚ – AGÊNCIA –  0364 –  Conta Corrente –  65.410-3   em  nome  de Ivan  de  Oliveira   Melo, CPF -101.362.404-10


Vamos ler, a leitura é a única solução para angariar-se conhecimento e cultura.



Ivan de Oliveira Melo 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

IDOLATRICIONISMO



Os pobres e os homens são assalariados
Na universalidade duma existência insana,
Imergem e emergem para todos os lados
Desprovidos de vida, miseráveis, sem grana.
Sede e fome são memórias de reais perigos
Que se alçam dentre o povo depauperado,
Dias remotos levam mortes aos vários asilos
Onde doenças nocauteiam o ancião exilado.

Na solidão de um silêncio há o dote macabro
Em que saúde é nostalgia de tempos pretéritos,
O sonho é azedume sob as velas do candelabro
Que castram da saudade os instantes etéreos.
Sobrevida é um desdém cuja respiração é tônica
Dos átomos que circundam desastrosos vícios,
Saboreia-se uma carnificina mefítica e diacrônica
Enquanto em faustos banquetes há desperdícios.

Inocentes criaturas desovam suas lágrimas febris
E soterram a esperança em lamaçais pantanosos,
Nos campos os girassóis murcham perante colibris
Que incendeiam as seivas em néctares libidinosos.
Diante do céu há nuvens carregadas duma alegoria
Que deixa o planeta órfão das vitrines de algodão,
Fenômenos extra-sensoriais conduzem da fantasia
Farrapos ideológicos censurados pelo suor do vilão.

Indubitáveis momentos duma realidade sem retina
Amordaçam os idílios peremptórios do ser doentio,
Nos mares a correnteza carrega o álbum da rotina
E as vagas jogam sobre as pedras um tesão sem cio.
Sintomas de caduquice são percebidos pelo tempo
Que, ignoto, não subleva do orbe sintomas futuros,
Por isso a vida é madrasta para quem é sentimento,
Pois luta-se bravamente dentro de circuitos impuros!



DE  Ivan de Oliveira Melo  

domingo, 9 de dezembro de 2018

SEDUÇÃO ÍNTIMA



Sintomas alegóricos adornam meu corpo
E em meu organismo há fluxo de cateter,
Então os órgãos ficam inebriados de éter
Que me fazem fantasiar o canto do corvo.

Utópica sonda faz-me eliminar os detritos
Dos ideais inexoráveis dum pessoal radar
Que armazena enzimas do feitiço de amar
E torna ortodoxos todos os corações aflitos.

Cirurgia intensa ocorre nos teares da ficção,
Os bisturis ferem as palavras do puro tesão
De compor síndromes que evoquem o amor...

Na saúde do pensamento deletam-se os ais
Já que a dor perdeu a forma, ficou para trás
Graças ao encanto conotativo do eu sedutor!



DE  Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

SILÊNCIO



Meu silêncio grita dentro de mim
E meu pensamento desengonçado  é tortura
Que faz de mim amaranto da real miniatura
Penada que vive do sarcasmo sem fim.

Vazia, minha alma habita um submundo
Em que forma e conteúdo são estradas
Irregulares em meio a vozes diagramadas
Pelos ventos que sopram num palco imundo.

Não se decifram os segredos do desequilíbrio
Impune que as tatuagens incitam sem o brilho
Da mente aberta que, sem ritmo, perece fechada.

Indubitavelmente não há um paladar concêntrico,
Pois de sinestesia em sinestesia perde-se o idêntico
Reciclar que torna a existência muda, sem nada...



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

AMOR FEBRIL



El amor es como los pétalos de la rosa,
Tienen el aroma de un perfume afrodisíaco
Que embebe el cuerpo y también lo físico
De los sintomas de la vida muy melindrosa.

El celo es apogeo del deseo que se inflama
Frente a la voluptuosidad en que se retrata
El clamor del contacto de una mente intacta,
Pero cambiante del tiesura en la pura cama.

En la burla sin sonidos del cariño, la lernura
Es la exhibición del sentimiento que dura
Y para siempre está almohadillado de pasión...

- Tórridos besos – satisfación de una orgia
En que se dilatan los miembros de la fantasia
Que traen el amor a la casa del febril corazón!




DE  Ivan de Oliveira Melo      

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

SOL



Sol moleque que enfim chegaste
Às campinas tatuadas de nuvens
Sobre as quais os homens ouvem
O trucidar do calor em sua haste.

Vagabundo Sol que o dia esconde
Sob o frio gélido da meteorologia
Deixando às noites ritos e alegoria
Em máscaras negras no horizonte.

Sol psicopata que fere no arco-íris
As cores que vomitam toda a bílis
Encontrada nos vagões estomacais.

Esdrúxulo Sol... Vil contrabandista
Das estrelas cadentes em sua isca,
Sicário dos astros e seus ancestrais!


DE  Ivan de Oliveira Melo


  

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

ESTRATÉGIA






Bebo deveras do sumo da vida e da morte,
Ingiro das Bodas de Caná o Cálice Sagrado
Que é o sêmen da existência e é retrato
Do auspicioso vinho que faz de mim consorte

Da magnífica metamorfose que saiu da água...
Como do pão ensopado da Última Ceia
E percebo dos arrepios que me cerceiam
A vitrine de uma fé que meus olhos deságuam.

Penso do Infinito as Verdades Cósmicas
Que me abstraem e cerzem a todas as óticas
Para que em núpcias se entenda o infinitesimal...

Compreendo da natureza o enlace que é Perfeito
E, se minha mente adormece, vincula-se ao defeito
De todos os polígonos e circunferências do Mal!



DE  Ivan de Oliveira Melo

ESPECTRAIS



De que adianta chorar diante do sepulcro
Onde meu corpo dorme o derradeiro sono?
Aqui só há eu, os vermes é que são os donos
Da carnificina que alimenta tietes tão impuros!

Antes de aconchegar-me a este catre tão vazio,
Debulhei cada centímetro dessa vida ortodoxa,
Debochei do nada, do tudo, comi dessa paçoca
Para engordar a verve que sutura o calor do frio!

Lágrimas hipócritas e gélidas derramadas em mim
São parafernálias que homenageiam um triste fim
Ainda tão precoce e bastante inundado de sonhos...

Tarde demais! O viço das bactérias me consome
Os últimos resquícios do ente que foi um homem
Malogrado pelo transporte dum arrebol tristonho!




DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

DIAGONAIS




Faca cortante
Que decepa a vida,
Afiados gumes brancos
Para decapitar
O alfa e o ômega
Da existência
E do viço alegórico.

Precipício da inconsciência
Que sobrevive de fantasias
E do pensamento onisciente.

Superstição de utopia
Que navega pelo espaço
E sobre a crosta do orbe
Derrama uma crista densa
Sobre os mares devolutos.

Mede-se as horas
Como a cratera unilateral
Dos penhascos inumanos
Que deletam um sujeito oculto
Pelo objeto da transitividade
Bipolar da oração unipessoal.



DE  Ivan de Oliveira Melo

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

LIBERDADE



Preso às babaquices do cotidiano, aqui estou.
Busco lembrar de não esquecer que sou urdido
Pelas intempéries da modernidade que são dor
E tremenda angústia de um papel já destruído
Que utopicamente afirmava: na vida, só amor!

Perco-me do céu, as veredas estão maltrapilhas,
Sujas pela devassidão de um destino meio insosso,
Choro pelas desventuras agora habitantes das ilhas
Onde a liberdade faz morada distante dos moços
E definitivamente delinquente de quem só dedilha

As notas ébrias de uma viola arcaica e sem pudor...
Sigo prisioneiro de um progresso sem novidades,
Contudo sei que a morte ronda e me deixa indispor
Do sagrado pedestal da existência: a eternidade!


DE  Ivan de Oliveira Melo 

ROT





The air is contaminated by feces...
They are thoughts that stink
And the minds don’t know to think
About the food that fortify the soul.

It’s a terrible stench in the space…
Ideas become worms of the words
And their meanings seem the cords
Of the toilet flush… All is fake!

There are bad substances in the feelings,
The bodies produce dung, they are bullying
That mess pure and vital intelligences…

The world is full of dangerous bacteria,
The persons often have hard dysenteries
And the smiles die in their essences!



BY Ivan de Oliveira Melo 

domingo, 2 de setembro de 2018

CÍRCULO





No antigo tique-taque dum relógio
Na sala se vê um refúgio do tempo,
Construção arcaica que agora intento
Para que taciturno eu combata o ócio.

Enigmas me envolvem e sou a tutela
Dos ruídos que se exalam concomitantes...
Tudo é parafernália dos ricos instantes
Que, suntuosos, tudo das horas revelam.

Em marcha a vida prossegue meio atônita
Num ritual de exuberância assaz sinfônica,
Pois do badalar se percebe o tom da música.

Sintomas de silêncio... É solidão e saudade,
E se chega à velhice, lembra a puberdade
Como início dum viver pleno de acústica!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 1 de setembro de 2018

RASTROS



Dor intensa invade o meu ser...
Tristeza infinita copula meu âmago.
Vejo o Sol quadrado; a Lua, meio oval...
Tudo porque já não sei viver sem você!

Minha luz se apagou, a vida inexiste!
O tempo é enfadonho, só pesadelos...
No ar que respiro sinto o tom azedo
Da infelicidade que me faz órfão e triste!

Perambulo em meu íntimo sem direção,
Estradas lambuzadas de total desespero
Levam-me à geometria do real abandono
De que sou vítima, só pedaços de coração!

Minha alma desnorteada está em abismo,
Eu me vejo ao relento desesperadamente só...
Nada me entretém, apenas uma alma vazia
Com fome e sede de amar... Tudo me é lirismo!

Talvez na morte haja recurso para desaparecer...
Viver de sonho e fantasia é acalentar depressão,
Não suporto do silêncio a malvadez que é dor,
Pois amo solenemente meu rastro de vida: você!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

REBULIÇO





Chora que chora na balbúrdia da noite
E chora porque o choro consola a inquietude.
Chora. Lágrimas obesas que lambem a face
E caem ressentidas no tapete da ingratidão...
Chora porque diante da cegueira se foi a visão.

Tão leve é o choro que azucrina a paciência,
Choro defumado por geratrizes que umedecem
Os pontos onde os nós se desequilibram azedos
E sobre si permitem que as labaredas bocejem
Sonolentas e impuras tostando alicerces do bem.

Não se enxugam as lágrimas que não têm perfil,
Por isso se chora cada vez mais diante do intelecto
Já macerado pelas angústias e pelas agonias afins...
Chora tal qual o pássaro que não entende de utopia,
Todavia é no pranto rebuliço que se consome nostalgia!




DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 25 de agosto de 2018

ANIMALESCO



Uma imagem que não ouso esquecer,
Miragem de uma lembrança que isento
Da memória, pois tu que foste um vento
Hoje és tão somente para mim um dossiê...

No começo me derribavas em teus galhos,
Depois me socorrias já ferido dentre folhas
E, mesmo que não fosse eu uma tua escolha,
Vivia sangrando aos teus pés, cheio de talhos.

Aos pedaços prolataste pilhérias pela boca,
Eu colocava as mãos a cobrirem meu rosto,
Porque sofria em silêncio ousado desgosto...

Ah! Ninguém falou por ti, tu a mim o disseste
Que a vida era enciclopédia e que eu o imortal
Das páginas que retratariam teu gênio animal!


DE  Ivan de Oliveira Melo


sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O SEPULCRO





Santíssimo Pai de extremada abundância,
Enveredo sisudo pelo pórtico do óbito: só!
Calor intenso, racha-se a pele perante o pó
E a última dose de vinho refresca a ignorância!

Oh! Se alguém escuta do pranto abandonado
A angústia que corrói os sintomas do medo
Que a catacumba esconde, talvez pelo degredo
De um espectro que foi injustamente imolado,

Pode notar a macumba que se infiltra no tédio
Que é o respirar da solidão ingrata do cemitério
E gritar em altos brados por socorro e liberdade!

Positivamente diante do átrio não há comiseração,
Na vida que se enterra já não pulsam tom e coração
E, do tudo o que se deixa, fecunda-se a fertilidade!



DE  Ivan de Oliveira Melo



sexta-feira, 17 de agosto de 2018

GUSANOS ORTODOXOS






Há circunstâncias da vida que são vermes
Que nos acossam o corpo e, a espinha dorsal,
Treme lambuzada por abobrinhas do mal
E nós, tremendamente tímidos, intérpretes

Dos instantes que se locupletam oniscientes...
Tesudas bactérias nos espreitam, alucinadas
Pela oportunidade de fazerem em nós moradas
Onde se reproduzem e nos adoece, lentamente.

Os parasitas são de nós, escrotos inimigos
E nos organismos constroem tétricos abrigos
Que enfermam de morte os órgãos pluricelulares...

Engenhos antibióticos tentam dissipar tais ninhos,
Contudo essa legião de bandidos são pergaminhos
Que se desenvolvem e se comunicam por celulares!

DE  Ivan de Oliveira Melo


domingo, 5 de agosto de 2018

REMORSO



Meus olhos se associam ao pêndulo
Que trabalha verticalmente para baixo,
Em minha consciência também encaixo
As dores que navegam num íntimo chulo.

Meus pensamentos empobrecem ávidos
Por esquecerem horas do nocaute ébrio,
Numa atmosfera em que me mata o tédio,
A desolação incauta não me deixa impávido.

Sofro de uma contingência e sou o culpado
Por não haver o equilíbrio de algo apurado
Num tempo em que apenas divisava o torso...

As horas são ingratas! Ingrato também o sou,
Pois não me detive quando sua boca soluçou
E agora o castigo é perene: sofro de remorso!




DE  Ivan de Oliveira Melo   

terça-feira, 31 de julho de 2018

POÉTICA MITOLÓGICA



Cinjo-me de sabedoria com o apoio de Atena
A fim de desenvolver uma plêiade mitológica,
Sublevo-me descendente de Apolo e a Lógica
Filosófica para não usufruir da arte o anátema.

Para escrever bem preciso do fogo de Hefesto
Que emblema em mim os oceanos de Netuno,
Contudo é indispensável que não seja o intruso
Que dilapida fenômenos, provocando o incesto.

Durante as noites, à luz da Lua, evoco à Ártemis
Para ter o privilégio das madrugadas nas caças
E, assim, deter o galardão maior com dose tênue,

Sem violência, para que não ter a zanga de Ares...
Meter-me num confronto bélico seria desgraças,
Porque Héstia não tolera a infidelidade nos lares.



DE  Ivan de Oliveira Melo 

domingo, 29 de julho de 2018

VULTO




Que me importa o martírio
Se durmo solitário sobre pedras?
Que me importa a morte
Se meu nome é dilúvio
Que se afoga sobre a sede das multidões?

Que venha o sol alimentar os pastos
E soerguer a vida nas campinas...
Que venha a chuva apagar o holocausto
Que bronzeia os corpos mefíticos
Atolados no lamaçal das carnificinas...

Que me importa a lua
Se a noite é penumbra sem sombra?
Que me importa o orvalho
Se a sobrevivência do homem está em coma
E se o pão que sacia a fome
Apodreceu no inóspito deserto?

Que venham as preces nutrir a esperança
Que adormeceu no mausoléu do vício...
Que se ergam doutrinas e púlpitos
Porque a palavra tornou-se desperdício
E o amor que vivia entocado hoje é vulto!


DE  Ivan de Oliveira Melo

POEMA PUBLICADO EM MEU LIVRO
Descrevendo a Vida em... Poemas Contados ou Contos Poemados?
Câmara Brasileira de Jovens Escritores,

Rio de Janeiro, 2016. 

sábado, 28 de julho de 2018

DONZELA



Meus lábios nos teus, donzela,
No fogo da paixão que corrói!
Não penso em ser teu herói,
Mas te quero, minha aquarela...

Em teus seios róseos, beijo-te!
Em teu corpo virgem, eis o meu
Que sensualmente não é ateu
E que te deseja, pois sou apodi

Nos remelexos e supra aventura!
Observo-te na volúpia mais pura
E me encaixo em ti, com ardor...

Horas insanas no cio que decreta
As nuances do viço da carne ereta
Que nada mais é, senão mui amor!


DE  Ivan de Oliveira Melo


quinta-feira, 26 de julho de 2018

SENTENÇA



Saio a pulular pelos campos.
Os ventos sopram fortes,
Meus tímpanos escutam os assobios
E meus olhos se fecham, em prantos...

Doces lágrimas diante da vida amarga,
Azedos sorrisos perante atmosfera de mel,
Lancinantes gritos sobre o perfil dum silêncio
Que é da existência a luta, enredo de cargas.

Nas estradas, denso nevoeiro poluído de dor.
Nas matas, intensas queimadas sem odor de vidas
Enquanto nos céus, carregadas, as nuvens choram
E derramam sobre o solo urgentes pedidos de amor.

Nos lares, a beatificação das ondas cínicas da hipocrisia
Que se jogam sobre as pedras da intolerância frenética...
Sobre os leitos, pernas se misturam em busca dum prazer
Que nada mais é, senão instantes lúgubres de fantasia.

Nas consciências, grassam as incertezas do amanhã,
Soterradas pela migração dos reflexos inconstantes,
Indomáveis pensamentos que giram e giram afoitos
E perecem inanimados dentre as mazelas da vida vã.

Talvez seja mais lúcido pulular sobre nobres dúvidas
Que torcem as mentes, dilapidam infortúnios e miasmas
Na expectativa de uma esperança que surja alhures,
Entretanto eivada de um paladar cósmico e metafísico,
Pois somente dessa maneira se pode respirar o Infinito!


DE  Ivan de Oliveira Melo



quarta-feira, 25 de julho de 2018

SOMOS...



Todos somos pensantes,
Mas nem todos amantes.
Somos menestréis
Dos nossos pensamentos,
Jograis de nossas atitudes.

Somos sangue que é vida,
Porém carnificina para os corvos.
Somos do seio da Terra
A inteligência,
Contudo somos negligência...

Somos anfitriões do amor,
Todavia piratas da discórdia.
Somos a beleza
Do Universo,
Entretanto podridão e dor...

Todos somos responsáveis
Pela coexistência no planeta.
Somos adultos de chupetas,
Porque ainda não entendemos
Que somos milagres da Criação!



DE  Ivan de Oliveira Melo

AVENTURANÇAS







Nascem as flores em picos de primavera,
Rebenta o amor na chuva fina de verão,
Afina-se o carinho para fazer eclodir o coração
Nas alfazemas e lavandas no perfil das azaléas.

Ternurisa-se a fraternidade com os sorrisos
E, no abraço da fecundidade com o outono,
Tem-se o sabor das alegrias em que os anos
Estampam nas faces donde se obtêm abrigos.

Encontra-se a felicidade sem qualquer desdém
Quando nos olhos há a natureza de um bem
Que é eficaz enquanto a humildade desperta...

Assim dos louvores do amor de inverno a inverno
Subleva-se diante do ostracismo do inferno
A vida que não é fantasia, mas tertúlia e festa!


DE  Ivan de Oliveira Melo


TERNURISA-SE  - Neologismo criado por mim.

domingo, 22 de julho de 2018

PRENÚNCIOS



Múmias da baixa sepultura, sementes
Dum átrio donde corvos fazem morada
E reinam na tétrica superfície dum nada
Em que almas gangrenadas são duendes.

Fantasmas alucinógenos vivem drogados
Pela temperatura dos sepulcros imbecis,
Espectros semióticos de aveludados colibris
Sorvem néctares cadavéricos e orvalhados.

Entes duma dimensão dantesca dizimados
Pelo folclore das catacumbas mumificadas
Dum lastro de tempo de horas perfumadas
Em que incenso e mirra os tornam tarados.

Assombrações de uma tensa fantasmagoria
Açodadas por indícios de ameaças de utopia!



DE  Ivan de Oliveira Melo   

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A NOITE É MINHA






O Sol se esconde.
Começam a surgir as estrelas.
A Lua, tímida, clareia o mar
E as águas parecem fontes.

No arrebol do fim do dia,
Os pássaros buscam refúgio,
As corujas cruzam os ares
E o frio noturno traz nostalgia.

Nuvens brancas enfeitam o céu,
As cigarras iniciam uma sinfonia,
Os grilos cricrilam suas fantasias
Sob os ventos que assobiam a granel.

Os jasmins espalham o perfume
Perante os olfatos da Ave-Maria,
É a hora do silêncio que anuncia  
A ladainha do terço que é costume.

Noite adentro, chega a madrugada
Sob a quietude do cansaço e da fome,
Sono e sonhos levados pelas horas
Que envelhecem o mundo, mais nada!



DE  Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 18 de julho de 2018

BALBÚRDIA



Do peso da vida doem os ombros humanos,
Pesam as circunstâncias do cotidiano ignoto...
A ciência parece arrogante, o homem néscio
E, o tempo, peremptório diante dos pândegos.

O conhecimento atropela os pacóvios do orbe,
A injustiça justapõe a dor perante os inócuos,
A fidelidade parece recôndita diante dos dândis,
Pois no peso da consciência estão os loquazes.

O testemunho é uma cerimônia mui fleumática
Que advém dos ignóbeis que devem à justiça
E se instalam num palco nômade e pachorrento.

Assim são os instantes... Pesa a nódoa da irrupção
Que contrabandeia os fertilizantes dos perdulários
E, então, permite que o viver se torne rubicundo!


DE  Ivan de Oliveira Melo


No poema acima, respondo aos leitores que, via chat,
perguntam-me o que é um texto prolixo. Ei-lo acima.

E de minha autoria!

terça-feira, 17 de julho de 2018

SONHOS DE PEDRA



Pôr no travesseiro a cabeça intacta
Perante os torvelinhos da vida moderna
É obra de arte que põe em alerta
Mistérios esdrúxulos que sempre maltratam.

O homem sobrevive na selva de pedra,
Compartilha o sono com angústias do mundo,
Os sonhos não são fantasias, são vagabundos
Que transformam realidade em campos de guerra.

Dormir é paradoxo da existência aflita,
Na verdade ninguém dorme, mas se agita
E se contrai enfermidades do efêmero fim...

A vigília é o repouso que o viver imputa,
Barbáries assinalam o caráter de uma conduta
Que lava o solo onde descansavam os querubins!



domingo, 15 de julho de 2018

RETICÊNCIAS



O acaso é uma reação reflexiva das atitudes humanas.
Sou bispo de minha existência, sou deveras o prefácio
De uma vida que ainda não aprendeu o que é escasso,
Por isso tenho de estudar mais o que sei sobre dramas.

Em cada pessoa há uma bússola que norteia seus passos.
Nos pontos cardeais encontra-se a divisória da caminhada,
Ultrapassar limites é desconsiderar fronteiras monitoradas
Pela exegese que ronda o universo sob ritmos e compassos.

Nos vincos do tempo há placas que coordenam o trânsito
Dos personagens que se sentem automóveis das estradas
E se esquecem das horas e dos números reais e quânticos

Que soletram no relógio da longevidade, direitos e deveres.
Portanto, o acaso é ficção e, também, a epopeia das fadas
Que descrevem  em suas fábulas, a exaustão dos prazeres!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

QUÍMICA DA MORTE



Meus cinco sentidos vivem deveras acesos
Em meu esqueleto de chumbo na sepultura,
Na escuridão desse ambiente se configura
Uma Lua que não brilha, pois o Sol é obeso.

Nos riachos, oceanos, em todos os morros
Tudo o que estava perto agora está distante,
Até o infinito beijo do cosmos astros amantes
E me vejo translúcido até quando estou morto.

Minha carne apodrece, estou em tenaz delírio,
Agora estou inorgânico  e meu aroma de lírio
Transforma-se no túmulo tal qual doce amargo...

Não vejo luz nem sombras, há um oásis deserto
Que são as lágrimas dos corvos que vivem decerto
Nas catacumbas que se obrigam a reter os fardos!


DE  Ivan de Oliveira Melo


SECRETOS





Dónde yo conservo mis secretos?
Ah! Yo los pongo en mi alma...
Mi alma es el refugio y yo dreno
Los sigilos en las cajas de los miedos.

La vida es muy peligrosa y yo oculto
A la siete llaves todas las mis ideas,
Mismo viviendo en jardin de azaleas
Yo no sé imprimir en mí el indulto.

Mis pensamientos rentan diamantes,
Así yo tengo aprensión de los instantes
De la existencia, entonces vivo temiendo...

Los sueños son también valiosos secretos
Y la inconsciencia es un perfil de espejo
Y mi vida es el mayor secreto que tengo!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 14 de julho de 2018

INDIFERENÇA



Sou uma flor amassada pelos pés do povaréu...
Minhas pétalas se perdem na poeira grossa
De ruas e avenidas que, enfeitadas de sujeira,
É um lamaçal donde se extrai enfermidades e fel.

Sou folhas secas e murchas que caem das árvores
E se espalham pelas passarelas das cidades mortas
Donde se percebe o vozerio das gentes imundas
Que sobrevivem dos galhos extensos das barbáries.

Sou troncos ocos abandonados debaixo das pontes
E dos viadutos que tremem ansiosos, dias e noites,
Avexados por desabarem no solo das imperfeições...

Sou as podres raízes que, debaixo de sutis montes,
Enveredo silenciosamente levados por vis açoites
De terremotos não tímidos que assassinam corações!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 13 de julho de 2018

PAINEL



Cheio de mim contemplo a vida,
Grande é a responsabilidade de ter
Este dom de escrever e fazer dossiê
Do que retrato com a devida medida.

Não é antídoto para dores ousadas
Nem engenho para acalmar insanos,
É uma terapia que interpreta danos
Causados pelas mazelas que bradam

Sobre o Sol que tosta todo o enredo
De uma existência míope, tom azedo
Que faz do respirar excelsa ladainha...

Cheio do tudo contemplo do mundo
Os malabarismos fúteis e o fecundo
Fazer da arte que é tela capuchinha!



DE  Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 11 de julho de 2018

BELICOSO



Canto porque o instante insiste,
Calo porque o tempo é bactéria
Que enferma os corpos e adultera
A semântica do irreal, da imundície.

Falo porque o momento reclama,
Silencio porque a hora é um parasita
Que se instala no espaço da palafita
E destrói o lirismo que fenece na lama.

Durmo porque a música confabula
Com receitas de remédios sem bula
E uma loucura se agiganta no pódio...

Desperto porque suborno minha alma
E atiro contra os vilões que não acalmam
A sensibilidade que é vida e episódio!




DE  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 7 de julho de 2018

FORASTEIRO HÍBRIDO




Não está nas profundezas da Terra minha sina;
Sou um pouco terráqueo e bastante cósmico,
Mas não faço previsões zodiacais, nem feitiçaria,
Porque na metafísica há um hímen mui poético.

No espaço etéreo a arte é a diva da sensibilidade,
A poesia é uma deusa que está acima das ninfas
E a criatividade é um fenômeno real, sem utopia,
Porque faz estremecer todos os alicerces da ciência.

Há um misto de beleza e perfeição no astral artístico,
Donde se abstrai uma singularidade que é eclética
Visto que nas ondas plurais a palavra se deforma...

Mediante a espontaneidade, a figuração é a arcádia
Que celebra concomitante no dilúvio do abecedário
Todas as possibilidades de extrair-se qualquer intento!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

quinta-feira, 5 de julho de 2018

OLFATO MARINHO


Despertam-me, no mar, procelas intensas...
Sobre as vagas há o perfume das tempestades
Que levam consigo os odores das majestades
Onde, em grãos de areia, guardam-se diferenças.

Amparo-me nas rochas do real pensamento
E permito que os devaneios sejam bússolas,
Pois adormeço e desperto sem as esmolas
Que a existência impõe diante do sofrimento.

Acerco-me dos segredos que, sendo delírios,
São também fontes azougadas das labaredas
Que cerzem as ideias enfeitiçadas de seda...

E, assim, consumo todos os sonhos marítimos
Sem os atrozes atropelos dos irreais desenganos
Que, via de regra, são choros e sorrisos humanos!


DE  Ivan de Oliveira Melo


quarta-feira, 4 de julho de 2018

CINAMOMO



Não me desdenhes nesta seara longínqua,
Diante dos trevos da vida nos encontraremos
Mesmo com as estradas esburacadas e bueiros...
Certamente todo apanágio tem boca oblíqua!

Não me apoquentes perante dízimos de outrora,
Há encruzilhadas onde os cofres parecem cinzas,
Pois a pólvora dissipou todas as cédulas redivivas
E. obviamente, nada resta, senão o que é lorota.

Não me crucifiques no calvário dos vilões usurpados,
Porque até ali só chegam os trapaceiros condenados
À prisão perpétua ou à pena de morte da hipocrisia...

Não me pintes nas tatuagens egocêntricas dos pincéis,
Porque não sou miniatura nem caricatura de bordéis:
Sou insigne pintor das paisagens e criador de fantasia!



DE  Ivan de Oliveira Melo   

terça-feira, 3 de julho de 2018

HAVIA MUITA GENTE


Dentro de casa havia muita gente,
Havia muita gente dentro de casa
Dentro de casa
Dentro de casa havia muita gente.

Jamais vi algumas pessoas como ali,
Até parece que lá estavam cobrando
Os poucos níqueis que havia na casa,
Jamais vi tanta gente dentro de casa,
Havia muita gente,
Dentro de casa havia muita gente,
Havia muita gente dentro de casa.


DE  Ivan de Oliveira Melo


PS : Neste poema, HAVIA MUITA GENTE,
eu o escrevi como uma paráfrase do poema
de Drummond, NO MEIO DO CAMINHO, como
uma homenagem aos 90 anos de sua publicação.

Parabéns, Carlos Drummond!

TEAR FILOSÓFICO





Não se espera crises para entender a vida,
Jamais o dever supera a gratidão...
Sabe-se que o destino é o caráter do homem
E a existência se cumpre no prazer.

Nunca se morre por crenças, pode dar erro...
Na verdade, só quem perece sabe o que é o fim.
Vive-se compreendendo o passado, todavia
É lá na frente que tudo é deveras entendido.

Se a paciência apresenta um sabor amargo,
Certamente doce não é resultado do fruto,
Quando se desvia da lei, não há progresso.

E a lei é esta: sapiência é o único poder,
Pois tem mais quem é feliz com o menos...
Acima de tudo: o homem é a medida desse tudo!


DE  Ivan de Oliveira Melo


PS: Este poema foi escrito baseado em frases filosóficas famosas.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

ETERNO AMOR




Quando você pensa em mim,
O éter me traz seus pensamentos,
Então se desdobra em meu íntimo
Avassaladora inspiração...

Nesse instante não sei se rio ou choro,
Se corro pra lá e pra cá,
Ou se paro e tento compreender seu âmago...

Na verdade, surge dentro de mim
Um jardim imponente, incomparável e indefinível
Em que você é a mais bela das flores.
Seu aroma inunda meu ser
E meu olfato treme do prazer
Que é identificar seus eflúvios astrais.

Meu pensamento se funde ao seu
E nós dois, dois em um,
Navegamos rumo ao mesmo porto
Já que esse porto se chama solidão...

De mãos dadas e corpos entrelaçados
Somos o epíteto do amor
Que se multiplica pelos andaimes do Infinito
Visto que infinito somos nós: Eternidade!




DE Ivan de Oliveira Melo

domingo, 1 de julho de 2018

NATUREZA JOVEM



Tropeça-se com frequência
Perante o pensamento dos jovens.
A inconstância é réplica em todos,
Aliás é sua natureza íntima.
Assemelha-se à aura humana
Que muda de cor conforme
As reticências do momento.
Do que se gosta hoje,
Amanhã se buscam novidades.

Evidentemente isso é reflexo
Da inexperiência e da imaturidade.
Lentamente o mundo os ensina
A colocar uma trave nas indecisões
E a equidade se torna mais constante.

Sensatez é bem valioso
E, o jovem insensato do presente,
Será o adulto catedrático do futuro.
Certamente, também, é questão
De sabedoria pessoal, pois
É necessária a tranquilidade
Para consumar,
Bem como se precisa
De inteligência para solucionar.


DE  Ivan de Oliveira Melo


INFLAMÁVEL




Meu corpo deixei ao sabor dos ventos
Das tempestades do amor que me alucina;
Oh!, Mesmo surdo ouvia os tons da rima
Que sobre mim deitava nobre sentimento.

Incontáveis luas havia na noite em derredor
Duma existência cuja caricatura era a minha;
Eis que da natureza percebo preces e ladainha,
Todas tocadas e cantadas em harpas e dó maior.

Em meus sócios desejos almejei alimentar o pejo
E nutri minh’alma dum ortodoxo prazer em chamas
Que se fez em mim sob o ignóbil influxo da cama...

Momentos de intenso e sincrônico pudor eu revejo
Sobre dourados tapetes das imensas salas planas,
Todas preparadas com o esmero que o amor inflama!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

sábado, 30 de junho de 2018

CAMPO ONÍRICO




Meus sonhos são dantescos; a alma chora!
Há um aluvião de lágrimas em minha face,
É um tédio tenebroso; realidade e massacre
Que faz da saudade o sabor de minha viola!

É uma dor reticente;  um túmulo de agonia,
O peito grita lascivo; overdose dum pânico
Em que a luxúria é um retrato infiel, titânico,
Engendrado no organismo virtual da utopia!

Desgrenhado, o corpo é sonegado pelo vírus
Que segrega do átomo a mansidão dos lírios
E um aroma nefasto é a genética dos olfatos...

Uma energia cósmica advém; tudo efêmero...
Na fantasia, necrose do tempo que é gênero
Que demarca as linhas dos desenhos inexatos!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

sexta-feira, 29 de junho de 2018

AMO-ME



Amo-me no bem que me fazem,
Idem no mal também me amo,
Porque no amor nada há tirano,
Em tempo algum amor é tatuagem.

Amo-me diante das madrugadas,
Idem perante o que é calor e Sol,
Porque o amor não é só arrebol,
Tampouco horas que são tatuadas.

Amo-me como flores de primavera,
Idem como folhas caídas de outono,
Porque no amor há inverno todo ano
E também há verão nesta atmosfera.

Amo-me tanto no riso como no soluço,
Pois no amor jamais serei velho caduco!



DE  Ivan de Oliveira Melo 

quinta-feira, 28 de junho de 2018

CONCEPÇÃO



Meu espírito convalesce da soturna morte!
Sente-se abandonado e só
Na escuridão dos sepulcros caiados
Donde se percebe uma reflexão fecunda!

Entre as paredes da catacumba está o tempo
Incauto diante das horas e da reflexão.
A arte é descendência da quietude!

Na transposição das palavras taciturnas
Está o cérebro que alucina o vocabulário
Perante os trejeitos do íntimo poético
Que expõe a emoção que emana da poesia.

Tudo é cerimonial de intensidade
Enquanto o nada se traveste de formas
Que, no diálogo com versos, estrofes e rimas,
Celebra o nascimento da imortalidade poética!



DE  Ivan de Oliveira Melo

INCÓGNITOS




Cá, nos rincões das florestas selvagens
Há uma superfície da angústia do Orbe,
Há estradas de sutis relevos. Desce, sobe,
Sobre os aventais que colorem paisagens.

Quantos enigmas permanecem em silêncio,
Quantos espectros sazonam nos hemisférios...
Acolá, cada passo tem seus destinos etéreos
E, mesmo assim, longe está do tom essênio.

Longos caules em diamantes e esmeraldas
Das flores que sussurram sobre as cascatas
De um pedestal donde as ilusões são reféns...

Quem conhece as horas fronteiras da morte,
Quiçá possa caminhar em rumo sul ou norte
 E, então, desvendar esses mistérios do Além!


DE  Ivan de Oliveira Melo

terça-feira, 26 de junho de 2018

TEXTO E CONTEXTO



É o amor que me faz viver!
Apesar dos pesares, amo...
Virais são os desenganos,
Mas na vida eu respiro você!

Há muita paixão aí enlatada
Que só enxerga o que é sexo,
O amor não é nada em anexo,
É texto e contexto, mais nada!

Atração não é amor nem paixão,
É feitiço que engoda, é um vilão
Que posteriormente se torna lixo...

Tudo é efêmero, menos o amor...
Este ensina como é o decompor
Do bem... E, se verdadeiro, é fixo!



DE  Ivan de Oliveira Melo

segunda-feira, 25 de junho de 2018

DEVANEIOS





Ah, se eu pudesse...
Aos meus pés amarrar-te-ia,
Sobre ti derramaria fantasias
E em teus lábios faria quermesse...

Oh, como sonho contigo perder-me
Pelas ruas e avenidas de teu corpo lindo!
Ser somente teu, ser teu único arrimo
E no fogo da volúpia espalhar meu azeite!

Ah, em teu libido poria minha alma,
Sentiria, feliz, o cio que em mim deságua
Desta energia que é teu intenso ardor!

Oh, que doce é a sensação que me domina!
Enlaçado por teus braços perceberia carisma
E de pura emoção nossas bocas falariam de amor!




DE  Ivan de Oliveira Melo

domingo, 17 de junho de 2018

CONTRADIÇÕES



Era uma vez, uma vez era, mais...
Do início ao fim e o fim do início,
Ladrão que rouba ladrão é ofício
E o último será o primeiro, aliás...

O que tudo quer, um tudo é não,
Mas o que nada tem, respira tudo...
Assim zoada é silêncio inconcusso
E silêncio em si é algazarra de vilão.

Tempo é ouro, nada! Ouro é tempo
Para quem corre e cansa e é isento
Para quem espera e alcança os réis...

O que cedo madruga quer as ajudas
Que vêm do Alto e esquece os Judas
Que vivem à espreita de tolos infiéis!


DE  Ivan de Oliveira Melo

  

sábado, 16 de junho de 2018

CIENTIFICISMO POÉTICO



Eis que tombou-se a vida do planeta...
Fogaréu intenso inunda os recantos
E a existência se dissipa, entretanto,
Nova atmosfera renasce de proveta.

Satélites artificiais migram para o mar,
Total colapso dilui as comunicações,
Todos os seres são destruídos por vilões
Robóticos e a Terra passam a governar.

A máquina é a inteligência que domina,
Já não há ser vivo... Tudo sem doutrina,
O que era paraíso tornou-se desértico...

Um dia o robô chefe apresenta defeito,
Só o conhecimento humano é o perfeito
Antídoto para consertá-lo... Orbe tétrico!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 15 de junho de 2018

BORRASCA



Lentamente caminhava entre os charcos da estrada...
Em cada passo uma dúvida, em cada dúvida, o choro.
Nos pés atolados na lama, a certeza do sujo e do lodo
Que inundavam aquela alma, cambaleante e cansada.

Uma torrente de nuvens derramavam a água da chuva,
Grossos pingos emolduravam o cenário de tempestade
E a criatura, encharcada de suor, lágrimas e calamidade,
Seguia seu destino rumo a um desconhecido sem curva.

A natureza pranteava doloroso perante o céu plúmbeo,
Dias havia que o firmamento era fechado, nada cerúleo,
O que se confundia na dissertação o que era noite e dia...

Relâmpagos e trovões disputavam o medo e, de repente,
Uma névoa colore de embriaguez alva delírios e mentes,
Mas o personagem rodopiava em busca de sua fantasia!



DE  Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 13 de junho de 2018

SENTIMENTALAIDADE




Considero o perdão eloquente sentimento.
Vejo na caridade a mais excessiva bondade.
O perdão é a mais pura consciência;
A caridade, a perfeição sublime do amor.
O amor é o cérebro da existência;
A humildade, a devoção por excelência.
A verdade é que fecunda o bem;
A boa vontade, um exemplo de virtude.
O sorriso é o anátema da felicidade;
A confiança, o respaldo da entrega.

A razão é a idolatria dos bons princípios;
A vergonha, a máxima natureza do homem.
A simplicidade é um forte argumento do saber;
A inteligência, o perfil dos que sabem amar.
O entendimento é o código da partilha;
Saber ouvir e calar, excelsos itens da cartilha.
O carinho é uma doutrina que consola;
A ternura, vereda inusitada da benevolência.
A oração é o satélite em que se busca a divindade;
A lágrima, a implosão que desnutre a mentira.

A mente é o sacerdócio das boas aventuras;
O coração, cofre onde habita a dignidade.
O destemido é quem sabe evocar a retórica;
A obediência, sacrossanta estrada da lealdade.
A fidelidade é a principal alavanca do respeito;
A amizade, folclore íntimo que faz do homem, criatura.
A perfeita personalidade é a vestimenta do caráter,
Porque nega a ambição, dissipa a hipocrisia
E torna o ser humano a alma de todos os sonhos.
O testemunho de todas estas conveniências
É que faz do indivíduo, único e verdadeiro Filho de Deus!



DE  Ivan de Oliveira Melo

terça-feira, 12 de junho de 2018

FASCINAÇÃO



Diante do imenso palco chamado vida
O perfil dos que sobrevivem é de ruína,
São artistas mundanos em cada esquina
Que extirpam a existência sem medicina.

Ah! Um mundo dentro do universo hostil
Já contaminado por mirabolantes faíscas
Que envenenam de poluição as odaliscas
Dum éter onde vivem o velho e o infantil.

Perante o orbe enfermo e já sem ecologia
Ainda trotam de lascívia sobre a ideologia:
O amor tudo resolve porque ele é mágico!

Não! Sistemas políticos devassos e cruéis;
Violência, drogas, fraudes: são chaminés
Da brasa que tosta sobre um ser letárgico!



DE  Ivan de Oliveira Melo