domingo, 31 de março de 2013

Do alto da montanha...




      
                                                                                                                                        
Do  alto  da  montanha  quero  compartilhar
O  mundo  com  meus  amores,
Sentir  o  cheiro  das  flores
E  em  seus  sonhos  poder  navegar...

Do  alto  da  montanha  quero  escrever
A  mais  linda  história  de  amor,
Meus  versos  poder  compor
E  dedicar  tudo  em  lírios  a  você...

Do  alto  da  montanha  quero  sentir
Meus  lábios  colados  aos  seus,
Às  barbáries  do  mundo  dizer  adeus
E  bem  juntinho  a  você  poder  dormir...

Do  alto  da  montanha  sorrindo  quero  dizer
Que  meu  mundo    é  mundo  se  houver  você!

Garupa do Amor



                   Garupa  do  Amor
                                                        Letra  de  Música
                                                                                                                                


Debaixo  de  chuva  ela  subiu  no  bonde
Levando  um  balaio  de  saudade  como  malote,
Sob  trovões  tomei  meu  cavalo  e  a  galope
Cheguei  à  casa  que  fica  atrás  dos  montes.

Entre,  solidão,  não  deixe  que  a  chuva  a  molhe...
Está  frio    fora,  aqui  você  me  acolhe
E  acaricia  o  pranto  nesta  noite  de  tempestade.

Vejo  através  da  janela  relâmpagos  chorando
E  na  energia  dos  raios  o  tempo  declarando
Que  na  teimosia  da  partida  houve  adversidade...

Rios  transbordaram,   enchentes  causaram  dor   
E  o  bonde  deu  meia  volta  retornando  à  estação...
Ela  bateu  à  porta  pedindo  agasalho  ao  meu  coração
E  mergulhou  comigo  definitivo  na  garupa  do  amor! 







Virose



Meu  paladar  está  obeso:
Gorduras,  proteínas,  sais  minerais...  lactose!
De  repente  forte  gripe:  tosse!
E  a  febre  se  instala  :  trivial  peso!

Dano-me  a  espirrar  frenético:  atchim!
E  o  catarro  ataca  sem    as  vias  aéreas...
Preguiça,  corpo  mole  e  precisando  de  férias,
Fadiga  que  parece  não  ter  mais  fim!

A  cabeça  roda,  parece  labirinto, mas  não  é...
Pele  fria,   gelada...  água  quente  no  chulé
Para  tirar-me  o  mau  olhado  e  a  maldita  virose...

Remédios  combatem  a  coriza,  cama  e  vitamina C...
Da  literatura  médica    nas  bulas  o  dossiê
E  vou  curtindo  o  resfriado  com  samba,  frevo  e  pagode!

Caí...



Caí  muito  na  infância,
Mas  era  criança,
Levantei-me  sozinho...
Caí  bastante  na  adolescência,
Mas  era  jovem, sonhos  dourados,
A  própria  vida  levantou-me...
Caí  diante  da  teimosia,
Sofri  muito,
A  resignação  levantou-me...
Caí  diante  do  egoísmo,
Perdi  bastantes  amigos,
A  humildade  levantou-me...
Caí  diante  da  ambição,
A  vida  levou-me  os  tesouros,
A  pobreza  levantou-me...
Caí  diante  do  orgulho,
Fui  muito  humilhado,
Lições  de  vida  me  levantaram...
Caí  diante  do  amor,
A  dor  foi  intensa,
Mas  a  persistência  levantou-me...
Caí  diante  das  imperfeições,
Mas  lutei,  trabalhei,
A  força  de  vontade  levantou-me...
Caí  diante  dos  pecados,
O  Evangelho  deu-me  o  recado,
Levantei-me  pelo  perdão...
Caí  diante  da  velhice,
Estou  só...  abandonado...
Alguém  me  ajuda  a  levantar-me?

sábado, 30 de março de 2013

Derradeiro Instante



Quase  inconsciente  deitado  no  leito
A  mercê  das  drogas  que  prolongam  a  vida,
Aparelhos  respiratórios  adiam  a  despedida
Para  lembrar  das  nuances  seus  efeitos.

Discreta  lágrima  escorre  pelo  canto  do  olho
Perante  recordações  que  beiram  o  estágio  de  delírio,
No  brilho  do  olhar  percebe-se  do  sofrimento  o  martírio
E  a  dor  intensa  que  esconde  todos  os  tesouros.

Na  ampla  sala  da  U.T.I.  sente  grande  solidão
E  se  desespera  por  não  revelar  em  segredo  de  emoção
A  chave  secreta  presa  pelo  torvelinho  dos  lábios...

Grande  força  de  vontade  o  faz  mexer  os  dedos
E  a  enfermeira  anota  aqueles  sinais  diante  do  atropelo
Que  no  momento  derradeiro  vêm  do  moribundo  sábio!