sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Vínculo de Intimidade


Todos  os  rolos  parecem  idênticos,
Alguns  são  largos,  outros  estreitos,
Muitos  ferem  porque  são  ásperos,  com  efeito,
Mas  os  macios  são  doçura  e  higiênicos!

Terapia  forçada  é  sentar-se  no  trono
E  aguardar  o  trovão  de  cólicas  descarregar,
O  papel  está  próximo  enroladinho  a  esperar
O  momento  exato  de  fazer  cócegas  em  seu  dono...

A  despeito  do  serviço  que  presta  vê-se  abandonado
E  apesar  de  deveras  carinhoso  é  sempre  posto  de  lado,
Porque  sua  energia  provoca  furdunço  no  ecossistema...

Sua  atividade  atinge  a  todas  as  classes
E  não  há  indivíduo  que  dele  se  separe,

Pois  o  caso  é  de  amor  numa  relação  intensa!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dia a Dia


O  quotidiano  trai  convicções
Por  mais  assentadas  que  estejam,
As  certezas  são  carentes  e  bocejam
Perante  dúvidas  que  edificam  tensões.

Conceitos  novos  abstraem  os  antigos
Levados  pela  curiosidade  que  encena
A  premissa  de  que  duvidosos  temas
Acariciem  do  falso  progresso  pseudo   artigos.

Plêiade  de  confrontos  em  argumentos
Que  perturbam  teares  sociais  já  cinzentos
Pela  incerteza  que  cavalga  do  amanhã,  as  consciências...

Batalha  de  palpites  que  suga  suítes  verdadeiras
Num  cenário  de  dejetos  fora  das  geladeiras

Em  que  a  podridão  causa  mortes  e  traz  doenças!

domingo, 25 de agosto de 2013

Cenário Redivivo


Desabou  uma  ponte  sobre  majestosa  nave
E  rompeu-se  o  silêncio  de  aconchego  das  preces,
Entre  os  escombros  da  ruína  pânico  foi  quermesse
De  pensamentos  feridos  pela  ousadia  do  desastre.

Os  ventos  que  sopram  a  poeira  pelo  espaço
Carregaram  sonhos  partidos  na  tragédia,
Nos  destroços  desvendou-se  intacta  enciclopédia
Em  que  segredos  guardavam  palavras  em  pedaços.

Desejos  do  mundo  borbulhavam  numa  cratera
Dizimados  por  ondas  elétricas  que  soterram
Em  plena  atmosfera  aspirações  arcaicas  desiludidas...

Sol  e  chuva  fecundaram  objetivos  ainda  brotos
Reconstruindo  altares  sobre  os  infectos  esgotos

Sugados  por  ideais  de  novos  viadutos  erigidos!  

Banco de Dádivas


Tergiversa -se sobre  açúcares  amargos
Quando  a  má  vontade  é  estilo  padrão,
Decepções  torturam  qualquer  coração
Se  beijos  doces  provêm  de  sentimentos  salgados.

Não  há  tertúlia  no  olhar,  há  o  degredo
De  emoções  amotinadas  que  são  fiascos
Das  sensações  atrofiadas  por  tentáculos
Do  íntimo  que  desconhece  a  apatia  do  desejo.

A  mão  apedreja  o  sorriso  que  encanta
A  face  cuja  boca  tem  nos  lábios  a  trama
Que  edifica  ou  destrói  sinalizações  de  amor...

Desvincula-se  do  prazer  efeitos  de  solidariedade,
Servir  é  propósito  moral  em  que  a  fraternidade
Deposita  sobre  o  mundo  antídotos  que  combatem  a  dor!


sábado, 24 de agosto de 2013

Suplício


O  amor  torna-se  indivíduo,
Certamente  não  é  cidadão  de  fino  trato,
Vestem-no  concreto  diante  do  caráter  abstrato,
Torturando-o  e  o  levando  ao  completo  martírio.

Sua  concepção  de humilde  deflagrou  auspiciosa  encrenca,
Vírus  social  confunde-o  com  dinheiro  e  posições  de  elite,
Sua  imagem  encontra-se  vinculada  a  um  patamar  que  denigre
O  envoltório  sentimental  com  que  se  apresenta.

Rastreia-se  a  fecundidade  que  é  seu  passaporte
E  em  seu  nome  proclama-se  o  terror,
Num  ínfimo  circuito  doutrinário  ainda  mantém  sua  cor,
Então  rejuvenesce  e  foge  das  labaredas  da  morte.

Perante  as  últimas  instâncias  dos  tribunais  profanos,

O  amor  ajoelha-se  e  roga  por  este  mundo  cigano!

Suplício


O  amor  torna-se  indivíduo,
Certamente  não  é  cidadão  de  fino  trato,
Vestem-no  concreto  diante  do  caráter  abstrato,
Torturando-o  e  o  levando  ao  completo  martírio.

Sua  concepção  de humilde  deflagrou  auspiciosa  encrenca,
Vírus  social  confunde-o  com  dinheiro  e  posições  de  elite,
Sua  imagem  encontra-se  vinculada  a  um  patamar  que  denigre
O  envoltório  sentimental  com  que  se  apresenta.

Rastreia-se  a  fecundidade  que  é  seu  passaporte
E  em  seu  nome  proclama-se  o  terror,
Num  ínfimo  circuito  doutrinário  ainda  mantém  sua  cor,
Então  rejuvenesce  e  foge  das  labaredas  da  morte.

Perante  as  últimas  instâncias  dos  tribunais  profanos,

O  amor  ajoelha-se  e  roga  por  este  mundo  cigano!

Sol da Manhã


Adormeço  a  cabeça  sobre  o  pensamento
E  em  ritmo  de  valsa  o  sonho  navega  solene,
Nas  encruzilhadas  dos  enigmas  oníricos  se  desentende
Com  pesadelos  que  mergulham  devaneios  nos  mares  do  sofrimento.

Em  cadeia  as  reflexões  tombam  desacordadas
Desafiando  raciocínios  que  nadam  contra  a  corrente,
Redemoinhos  fantasmas  convidam  ideais  que  são  serpentes
Para  afogarem  no  lamaçal  das  angústias  peçonhas  hidratadas.

No  alvoroço  que  causa  o  fluxo  da  alta  maré,
Gigantescas  ondas  excluem  do  oceano  pé  ante  pé
A  vida  humana  que  busca  refúgio  na  solidão  da  úmida  areia...

Depois  que  o  mar  se  acalma  perante  procelas  mortas,
Ventos  alísios  enxugam  a  dor  e  devolvem  à  aorta

A  consciência  liberta  que  o  pálido  sol  da  manhã  pranteia!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

RETROVIDA




Consoante  galanteios  e  premissas
A  virgindade    não  usa  toucas,
Sabe-se  neste  intervalo  coisas  loucas
Diante  do  ultrapassado  mundo  consumista.

Observa-se  neste  modismo  uma  atividade  mercantil
Que  deteriora  o  sublime  tempero  da  sensualidade,
A  vergonha  perdeu-se  nos  labirintos  da  insanidade
E  a  inocência  foi  castrada  da  seara  infantil.

A  indecência  trouxe  à  modernidade  epidemias
Cujos  vírus  saboreiam  um  universo  de  alforrias
Sepultando  a  juventude  dentre  vícios  incuráveis...

Ingenuidade  é  ilusão  que  se  tornou  lorota,
Meios  de  comunicação  levam  aberrações  além  das  portas
E  lentamente  a  vida  se  extingue  por  mares  inavegáveis...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Lucidez


Quando  o  silêncio  voa
Entre  nuvens  de  algodão,
O  tempo  parece  vão
Porque  as  horas  ficam  à  toa.

A  quietude  rasga  os  traumas
E  o  medo  navega  indolente,
Segundos  e  minutos   sentem
O  que  a  ansiedade  causa.

Na  intuição  a  covardia  perece
E  os  lábios  murmuram  preces
Transformando  caos  em  evidência...

O  obsoleto  adormece  extinto
Perante  um  cognitivo  imergindo
Das  forças  intrínsecas  da  paciência!



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ídolo e Amor




Sempre  colhi  flores...
Um  dia  colhi  uma  rosa  que  me  sorriu...
Tinha  essa  rosa  um  coração  infantil
Que  logo  se  tornou  o  maior  dos  meus  amores.

Palpitei  forte..  cheguei  a  chorar  de  alegria,
Seduzi-me  com  seus  olhos  aveludados,
Pele  de  marfim,  cabelos  de  seda  aloirados
E  eu  a  curtir  um  sentimento  que  me  consumia...

Durante  dois  anos  vivi  tardes  de  primavera
A  contemplar  sua  beleza  que  era  meu  mundo,
Em  meu  âmago  desvendei  um  amor  profundo
E  sua  essência  ainda  hoje  adorna  minha  janela.

A  vida  nos  separou,  fui  andar  distante,
Vez  por  outra  visitava  a  razão  do  meu  viver,
Coisa  linda  que  me  enchia  a  existência  do  prazer
Que  fez  de  mim  escravo  de  uma  saudade  ambulante.

Soube  que  essa  rosa  seguiu  seu  destino
E  foi  perambular  por  um  novo  roçado,
Sofri  a  ausência  do  contato lado  a  lado
E  tomei  conhecimento  que  os  céus  lhes  deram  um  menino...

À  distância  abençoei  a  chegada  do  seu  rebento
E  orei  para  que  sua  nova  era  fosse  feliz,
Todavia  me  parece  que  assim  o  universo  não  quis
E  eis  que  a  rosa  retorna  para  meu  contentamento.

No  mesmo  canteiro  do  meu  jardim
A  rosa  voltou  acanhada  a  me  sorrir,
Com  sua  elegância   inata  a  me  consumir
E  seu  aroma  inebriante  outra  vez  tomou  conta  de  mim...

Flor  de Lis,  você  é  o  aconchego  dos  meus  findos  anos,
É  a  flor  que  faz  brotar  de  amor  meu  coração,
É  a  centelha  que  me  faz  explodir  de  paixão,
Ídolo  único  a  quem  digo:  é  você  que  eu  amo!

domingo, 18 de agosto de 2013

Evidências


Cem  vidas  eu  as  daria
Caso  sem  sonhos  as  tivesse,
Viveria  manso,  sem  estresse
Saboreando  o  néctar  da  calmaria.

Mil  beijos  certamente  eu  poria
Em  doces  lábios  ao  meu  dispor,
Sem  devaneios  eu  falaria  do  amor
E  da  realidade  isenta  de  fantasia.

Carícias  e  ternura  apenas  emprestaria,
Pois  também  as  queria  como  terapia
Para  vivificar  meu  dom  de  amar...

Num  engenho  de  felicidade  despertaria
Colhendo  das  flores  o  mel  da  magia
Para  adocicar  a  pureza  do  meu  olhar!


Perdido no Tempo


Vejo-me  atordoado  perante  o  tempo,
Segundos  e  minutos  lambem  meu  instinto,
Nas  horas  que  correm  não  sei  o  que  sinto,
Apenas  o  medo  de  envelhecer  sem  meu  consentimento...

Minha  jovialidade  é  amarga...  deveras  idosa,
Nas  folhas  que  caem  a  transmutação  é  serena,
Minha  pele  torna-se  áspera,  provoca-me  o  dilema
De  ver-me  ancião  dentre  uma  juventude  formosa...

Tenho  horror  do  amanhã...  relógio  é  incidente
Que  me  faz  dobrar-me  sobre  enigmas  do  meu  temor,
Queria  ter  um  nascer  a  cada  instante,  ser  senhor
Da  metamorfose  que  em  mim  se  opera  inconsciente...

Meus  olhos  adormecem  ressabiados...  ainda  sou  criança,

Mas  despertam  assaz  desesperados...  receosos  de  serem  lembranças!


From: Ivan Melo
To:  Aero Vignesh

Meandros Filosóficos


A  inteligência  consome  átomos  em  divagações  filosóficas...

Na  retórica  do  pensamento  a  exegese  é  linha  de  conduta
Em  que  cargas  elétricas  heterogêneas  masturbam-se   e  disputam

Cada  centímetro  do  espaço  fretado  para  a  composição  de  ideias...
No  estuário  das  reflexões  o  abstrato  é  combustível  concreto
Das  emanações  do  raciocínio  que  gira  e  gira  fértil  e  indiscreto...

Consciência  e  inconsciência  são  vagas  intensas  de  um  mar  agitado
Que  se  quebram  em  pedras  de  um  litoral  deserto  e  desconhecido...
Na  espuma  carcomida  pela  areia  adormecem  projetos  ousados  e  antigos
Que  renascem  torturados  pela  ambição  de  voltarem  renovados!

Engenharia  telepática  que  busca  a  conexão  do  conhecimento  do  mundo
Formulando  axiomas  e  postulados  que  retratam  a  vida
De  modo  que  o  belo  seja  o  mito  da  existência  consumida
Através  da  corrente  cronológica  que  transforma  as  etapas,
Mas  que  mantém  fluxo  e  refluxo  da  mente  que  vagueia  intacta! 


  

sábado, 17 de agosto de 2013

Degredo


A  vida  me  faz  moleque,
É  que  o  solo  em  que  piso  é  movediço,
Pântano  que  me  corrói  e  bem  sei  disso
E  cada  vez  mais  sou  ingerido  como  um  croquete.

As  horas  me  tornam  vagabundo,
É  que  nos  labirintos  do  tempo  me  vejo  perdido,
Nas  estradas  os  espinhos  perfuram  meus  sentidos
E  em  gotas  de  sangue  agonizo  moribundo.

Na  consciência  sou  um  solidão  que  chora
Farrapos  e  retalhos  que  me  embrulham  sem  demora
Como  dossiê  proibido  de  ejacular  nas  lembranças...

Terreno  baldio  em  que  o  lixo  incendeia  o  crepúsculo,
Cinza  assoprada  pelos  ventos  que  alimentam  furúnculos

Que  crescem  da  saudade  carbonizada  pela  infância!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Tormentas


Talvez  amanhã  o  sol  não  brilhe
Nem  a  lua  ilumine  a  noite  dos  namorados...
Talvez  a  chuva  não  regue  o  cerrado
E  minhas  palavras  sem  testemunhos  venham  a  pique...

Talvez  os  ventos  soprem  devastação
E  as  folhas  de  outono  caídas  no  chão
Sejam  tragadas  pela  gangorra  das águas...

Talvez  o  amor  desiludido  se  esconda
Entre  alicerces  desgastados  de  paredes  sujas,
Talvez  filhos  desajustados  e  desobedientes  fujam
Legando  aos  pais  apócrifa  liberdade  que  adiante  tomba...

Talvez  o  silêncio  desnude  a  atmosfera  densa
E  se  revolvam  em  indultos  todas  as  ofensas

Para  que  o  sonho  mergulhe  onde  as  esperanças  deságuam!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cio Apoteótico


Sob  luz  de  velas
Afrodisíaco  jantar  foi  servido,
Num  corpo  sensual  servi-me  do  aperitivo
E  de  um  apetite  liberto  das  procelas.

Vez  por  outra  uma  lágrima  caía  a  escorrer
Salpicando  os  candelabros  de  finíssimo  tom,
Na  centelha  que  pisca  nota-se  como  é  bom
Saciar  da  fome  o  feitiço  do  prazer.

Ambiente  em  penumbra  instiga  voraz  idílio
Que  se  consuma  sussurrante  sem  desperdício
Num  silêncio  em  que  burburinhos  são  orgia...

Anatomias  exaustas  buscam  nos  delírios  a  overdose
Que  as  sensações  fotografam  em  ritmo  de  apoteose

Consoante  retalhos  de  horas  emolduradas  em  colchas  macias!  

domingo, 11 de agosto de 2013

Alpercatas da Humildade


O  mar  se  abriu  perante  meus  olhos,
Recordei  hebreus  que  fugiam  de  faraó,
Na  tônica  do  milagre  há  uma  nota  só
Que  é  a  fé  que  dissipa  espinhos  e  abrolhos.


Perambulei  sem  temor  pelas  águas  do  mar,
Lembrei  o  Mestre  que  dormia  diante  da  tempestade,
Confiança  é  dádiva  que  inibe  recreios  de  adversidade
E  na  Palavra  se  tem  normas  que  ensinam  a  amar.

Dentro  da  jaula  os  leões  rosnavam  em  seu  canto,
Mas  entre  eles  fiquei  sereno  e  deveras  manso
Na  certeza  de  que  um  novo  dia  enfim  brilharia...

Enorme  sede  de  amor  britou  em  meu  ventre
Ao  testemunhar  em  mim  tudo  o  que  se  sente

Quando  se desvenda  o  sentimento  isento  de  fantasia!

O que é que há?


O  que  é  que  há?
Ninhos  de  solidão,  horas  tristes...
Noites  mal  dormidas  que  insistem
Em  sepultar  sonhos  na  perpendicular!

O  que  é  que  há?
Saudades  amarelas  que  o  tempo  desbotou
Fazendo  ruir  em  paralelas  dons  do  amor
Que  agora  são  exéquias  levadas  pelas  vagas  do  mar...

O  que  é  que  há?
Lágrimas  provocam  umidade nas  conchas  da  tez,
Na  unidade  do  senso  tudo  tem  sua  vez
E  até  os  ventos  choram  a  nostalgia  que  perece  devagar...

O  que  é  que  há?  Donde  tanto  azedume?

É  que  a  vida  se  traveste  em  cada  odor  de  perfume!

Fraudes


Mentira  consola  quem  é  idiota,
O  que  em  sua  anatomia  parece  tolo,
No  exercício  de  enganar  concentra-se  o  dolo
De  um  pecado  material  chamado  lorota.

Na  inteligência  curte-se  o  adorno  da  vaidade
Que  em  proclamas  sociais  funde  as  cucas
Dos  ingênuos  passionais  de  consciências  curtas
Envenenadas  pelo  absinto  catalisador  das  inverdades.

Sonegar  a  realidade  com  ingredientes  de  fantasia
É  o  mesmo  que  adubar  a vida  com devaneios  da  utopia
E  cauterizar  no  sonho  desejos  inférteis  e  adormecidos...

Tempera-se  a  hipocrisia  com  o  sol  que  aquece
E  nas  noites  os  pelourinhos  de  todas  as  espécies
Inundam  caóticas  estradas  de  prazeres  fenecidos!