Assim como geograficamente o
Brasil é de dimensões continentais, a arte brasileira não deixa por
menos. Somos artisticamente um país de Primeiro Mundo, nada devemos a
quem quer que seja. Basta um rápido olhar na seara artística da Nação
para comprovar-se isso. Desde a época colonial desfrutamos de
engenhosos talentos que nos herdaram seus nomes e suas obras de
grande quilate. Nos dias atuais a veracidade é a mesma. São inúmeros
poetas, cronistas, contistas, romancistas, pintores, escultores,
músicos... em todos os ramos há uma gama
de nomes
respeitáveis, nomes que se equivalem aos nossos antepassados, contudo a
política do país não abre espaço para a divulgação dos seus trabalhos,
o que considero um crime de omissão. A educação há muito se
rasteja e, devido a esse esdrúxulo fenômeno, o jovem da
atualidade não valoriza nossa arte. São raros os que ainda aplaudem ou
tecem elogios a uma obra de arte, mas tudo passa despercebido. E o
jovem tem culpa? Claro que não, ele não é
adequadamente
preparado para apreciar o que poderia dar-lhe uma nova visão de vida
e de mundo. À educação carente, juntam-se moradia, saúde,
trabalho...etc.
Em meio a tudo isso, observa-se o que vem se
gastando para um empreendimento caro como a Copa do Mundo de Futebol,
considero tal fato uma afronta ao paupérrimo homem brasileiro. É um
acinte! Enquanto isso, os políticos estão de bolsos cheios, têm contas
bancárias em paraísos fiscais, vivem do bom e do melhor, numa total
depreciação aos irmãos menos favorecidos.
Talvez, até, alguém
pergunte: “Por que escreves e dizes tudo isto?” A razão é muito
simples: Sinto na própria pele tais problemas. Por exemplo, ter 60 anos
concordo que é estar na terceira idade, não obstante tenho saúde e sou
profissional qualificado, então me deparo com o preconceito e fico sem
emprego. Outro detalhe importante para mim, sou poeta, contista e
cronista, todavia igualmente a muitos por este país a fora, não tenho
uma opção de possuir um programa governamental que me incentive a
publicar o que produzo... o que publiquei até hoje ( 5 livros )
foi à custa de bastante sacrifício e livremente faço publicações nos
meios de
comunicação social da internet ( redes sociais), só
isso. Meu trabalho artístico e meu talento já foram devidamente
reconhecidos. Ultimamente tenho recebido convites para participar de
antologias nacionais e internacionais...Oferecem-me Comendas,
porém...nada disso é gratuito, para tudo cobram-se taxas de participação
e até entendo que sejam verbas destinadas à organização dos eventos de
premiação. Na realidade, de nada posso participar, só mesmo responder
aos e-mails e agradecer pela lembrança do meu nome, pois, não tenho
condições financeiras para encará-los. Esta é minha realidade e,
certamente, a de muitos que se encontram ocultos por aí.
O
Brasil precisa de mudar, valorizar mais seu povo e seus artistas, criar
programas de incentivo que possam divulgar nossa arte, assim sairemos de
um estágio EMERGENTE e alcançaremos as alvíssaras de uma Nação
respeitada dentro deste universo em que vivemos.
IVAN DE OLIVEIRA MELO
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