Meus
tecidos são do puríssimo algodão…
Meus
olhos contêm raios ultravioletas
Que
se manifestam ao sabor de puras imagens
E
se locupletam diante dos refis dourados
Que
o mundo oferece como regalo da natureza.
Minha
audição retém uma sonoplastia rítmica
Que
açambarca qualquer ruído procedente do éter
Fictício
ou da solidão imposta pela saudade…
Meu
tato migra sempre que aveludo as porções
De
um cotidiano frívolo e sem o caráter personalístico
Que
a ciência exibe em suas experiências laboratoriais
Donde
se obtém as híbridas sensações da sensibilidade.
Meu
olfato é um exemplo típico que cobaia os prazeres
De
uma existência oxigenada pela sensualidade apócrifa
E
traz, ao reduto do absurdo, a impossibilidade de sentir
As
emoções intempestivas da consciência inconsequente.
Por
último, retenho do paladar
os sabores das multidões…
O
gosto é um invólucro que percebe, da infidelidade, o
Tempero
nocivo das traições que sedimentam as raízes
Da
infelicidade e trazem à criatura uma conexão alienígena!