domingo, 1 de novembro de 2020

SENSAÇÕES

 



Meus tecidos são do puríssimo algodão…


Meus olhos contêm raios ultravioletas


Que se manifestam ao sabor de puras imagens


E se locupletam diante dos refis dourados



Que o mundo oferece como regalo da natureza.


Minha audição retém uma sonoplastia rítmica


Que açambarca qualquer ruído procedente do éter


Fictício ou da solidão imposta pela saudade…



Meu tato migra sempre que aveludo as porções


De um cotidiano frívolo e sem o caráter personalístico


Que a ciência exibe em suas experiências laboratoriais


Donde se obtém as híbridas sensações da sensibilidade.



Meu olfato é um exemplo típico que cobaia os prazeres


De uma existência oxigenada pela sensualidade apócrifa


E traz, ao reduto do absurdo, a impossibilidade de sentir


As emoções intempestivas da consciência inconsequente.



Por último, retenho do paladar os sabores das multidões…


O gosto é um invólucro que percebe, da infidelidade, o


Tempero nocivo das traições que sedimentam as raízes


Da infelicidade e trazem à criatura uma conexão alienígena!

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