domingo, 5 de janeiro de 2014

NUDEZ

Visão por demais perfeita,
Resultado de gestos e poses sensuais
Que embelezam a criação artística
Mostrando do grotesco ao sublime
Uma inspiração colossal.

A contemplação devaneia o espírito
Despojando-se dos preconceitos banais,
Sedimentam-se raízes de sonhos sedutores
Que transformam em sensatos
Insipientes intelectuais...

Em todos os recantos da imensidão universal
Contagiantes efeitos norteiam a sensibilidade,
Modelam de forma infinitesimal o talento,
Impulsionam-se os mais diversos caracteres
Que fazem da nudez um ideal transcendental.

No majestoso combate contra forças ocultas
O poder magnificente do belo se sobrepõe
E forma um esteio de fortalezas inexpugnáveis
Em que a nudez repousa dos olhares febris...

Quanto à deterioração deste painel fotográfico,
Nem a consumação dos séculos opõe resistência!


( POEMA PUBLICADO EM MEU LIVRO DE ESTREIA-
  SINFONIA DE AMOR – Editora Publit, Rio de Janeiro,
  2010).


sábado, 4 de janeiro de 2014

CAMPANHA EDITORIAL

Campo Editorial
CAMPANHA

Publicar um livro já foi bem mais fácil, embora hoje naveguemos nos cânones da internet. Acontece que o público leitor diminuiu e, devido a isso, as editoras vendem menos. O autor se depara com um campo editorial saturado pelos altos preços e, por essa razão, muitos se desanimam de publicar o que escreve.

Como se pode perceber, o artista enfrenta grandes dificuldades, o investimento é alto para quase nenhum retorno. Quem escreve nos dias atuais é por puro amor à arte, não cogita recompensas. Eu, por exemplo, já publiquei 5 ( cinco ) obras e não obtive qualquer retorno financeiro, só o retorno da satisfação, esse é que é meu objetivo. Escrevo pelo simples prazer de colocar no papel meu pensamento, minha arte, todavia as coisas se complicaram ainda mais. Faltam-me recursos para enfrentar outra publicação. Igualmente a mim, conheço outros artistas na mesma situação. Se não existirem incentivos particulares ( patrocínios ), certamente não teremos mais escritores... Nosso Governo não se preocupa com esta causa...

Andei pensando bastante a respeito desta problemática, então me veio à mente a ideia de um projeto, projeto este que lanço, evidentemente, pensando em mim e nos demais artistas que conheço, eles também têm estas mesmas dificuldades.

Deixo aqui à disposição de quem ler esta reportagem a minha conta bancária. Caso alguém se sensibilize e esteja disposto a cooperar comigo e com os outros artistas, deposite a quantia que quiser, não há um valor específico. Este depósito tem o objetivo de somar, angariar recursos para que tenhamos condições de editar e publicar nossas obras. Isso não é especulação, trata-se de um sonho.

Agradeço desde já sua atenção, cooperando ou não com o projeto. Feliz 2014!

Poeta Ivan de Oliveira Melo

BANCO ITAÚ
AGÊNCIA - 0364
CONTA-CORRENTE - 65.410-3

Em nome de Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Esquema Sórdido


Meu  idioma  íntimo  é  deveras  polivalente,
Ecletismo  adquirido  com  experiências  da  vida...
É  sonso,  não  nego,  de  certas  coisas  se  desliga
E não  se  preocupa  com o  que  outrem  sente...

Caracteriza-se  essencialmente  pela  vaidade
De  compreender-se  a  si  mesmo  sempre,
Esse  egoísmo,  diz  ele,  é  imenso  presente
De  uma  soberba  que  o  torna  anfitrião  da  verdade...

Aí  está  o  pecado:  a  realidade  não  é  pessoal,
Faz  parte  de  um  cotidiano  que  é  universal
E  ninguém  deve  aclamar-se  único  dono...

Ao  lado  da  veracidade  a  mentira  faz  ponto
Preparada  para  assumir  a  fantasia  de um  conto

E  transmutar-se  de  sinceridade  em  qualquer  gono!

Texto Coletivo


As  palavras  podem  esconder  pendores  da  personalidade?

Quem  manuseia  vocábulos  retrata  a si  mesmo
Por  mais  que  tente  disfarçar  o  verdadeiro  intento.

Dizem  que  um  texto  é fotografia  de  quem  o  escreve
E  a  mensagem  encontra-se  ligada  ao  foro  íntimo
Embora  o  autor  busque  na  generalidade,  o  conteúdo...

Cada  qual  expressa  um  tema  mediante  conhecimentos
E  procura  mesclar  o  ponto  de  vista  de  todos  os  lados...
Da junção  do  pessoal  com  os  atributos  da  coletividade
Obtém-se  um  raciocínio  heterogêneo  de  um  tópico.

O  particular  não  deve   prevalecer  quando  se  escreve  para  o  mundo...
Tanto  em  poesia  como  em  prosa  que  haja  criatividade,
Que  se  enfoque  o  embrião  de  uma  realidade  social
A  fim  de  que  sirva  de  alerta  e  de  aprendizado
E  apenas  nas  entrelinhas  se  tenha  o  parecer  da  individualidade!       




quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Aflição



Perdi-me  numa  rua  sem  nome
Repleta  de  casas  pobres,  buracos  à  beça...
Pelas  calçadas,  cachorros  sujos  enfeitavam  o  ambiente
E  esgotos  a  céu  aberto  vitaminavam  a  respiração.

Tropecei  numa  calçada  quebrada  e  caí...
Para  meu  espanto,  ninguém  registrou  o  fato
E  fiz  de  um  muro  cheio  de  lodo,  meu  apoio...
Levantei-me  e,  atordoado,  tentei  desvendar  onde  estava...

Lugar  esquisito,  pessoas  estranhas  e  mal  vestidas
Eram  os  moradores  que  parecia  não  se  darem  conta  de  mim...
Para  eles,  eu  era  mais  um  transeunte  desconhecido
A  perambular  no  mutismo  de  mim  mesmo  e  do  destino...

Fui  caminhando,  caminhando...  Cheguei  a  uma  esquina  vazia
E  me  sentei  debaixo  de  uma  velha  marquise  e  chorei... chorei!
Como  fora  parar  ali?  Que  becos  da  vida  trouxeram-me?
Um  rosto  inundado  em  lágrimas  compadeceu-se  de  minha  presença.

Não  sabe  onde  está?  Perguntou-me.  Notei  que  sofria  como  eu...
Morremos  e  certamente  prestamos  contas  dos  nossos  atos!

Plenitude



Meus  olhos  falam  da  beleza  dos  campos
E  minha  boca  escuta  o  canto  dos  pássaros,
No  sorriso  dos  homens  que  parecem  alados
Vê-se  em  noite  sem  lua  o  clarear  dos  pirilampos.

Plenitude:  estradas  adornadas  por  cereais...
Canteiros  de  flores:  olfato  de  morangos  e  cerejas,
Sol  é  vida  onde  amarguras  e  tristezas  não  estejam
Para  alumiar  a  felicidade  que  não  perece  jamais!

Plenitude:  no  colo  da  mãe  a  criança  mama
E  na  chuva  que  cai  meninos  brincam  na  lama
Saboreando  da  vida  luzes  de  liberdade...

Nas  asas  das  horas  o  tempo  não  esquece
De  envelhecer  lábios  cansados  em  prece
Que  o  mundo  reverencia  em  sua  maturidade!

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Organismo Químico



Sou  partículas  e  vivo  entre  átomos,
Para  ver-me    através  de  microscópios,
Minha  fina  configuração  tem  propósitos
Que  são  magia  e  constituem   meus  ácidos.

Em  cadeia  minhas  emoções  são  substâncias
Que  fomentam  reações  em  meu  psíquico,
Meu  sistema  equaciona  volumes  atípicos
De  gases  que  confeccionam  o  libido  em  fragrâncias.

Elementos  querem  ser  vedetes  entre  as  moléculas
E  atiçam  as  massas  tentando  me  decompor,
Por  isso  os  números  atômicos  vivem  em  rebelião...

Durante  as  batalhas  vazam  perfumes  das  pétalas
E  as  células  se  cobrem  com  a  essência  do  amor
Que  governa  soberano  as  entranhas  do  meu  coração!