sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Oficina da Vida



A  vida  tem  dois  extremos,
São  pólos  de  antíteses,
Num  todo  é  um  paradoxo
Vivenciado  pelos  vampiros.

Do  alfa  até  ômega
Os  quilômetros  são  obscuros,
Obstáculos  dos  mais  variados
São  companheiros  de  estrada.

A  vitória  não  é  magia,
A  derrota  não  é  feitiço,
Céu  e  inferno  são  disputa
De  raízes  e  sensibilidade.

Sol  e  lua  definem  a  atmosfera,
O  relógio  é  irreversível,
Branco  e  negro  são  retratos
Da  oficina  do  tempo...

Camelos:  fundo  da  agulha...
Minha  mãe:  grávida  de  mim  outra  vez!

Insumos


Os  insumos  da  existência  trazem  conflitos... 

Eu  e  o  mundo;  o  mundo  e  eu;  a  vida  e  você...
Não    como  escapar  dos  problemas,  não    anarriê!

Comparo  o  viver  a  um  trapezista  e  sua  arte  nas  alturas,
Sempre  desafiando  a  morte  para  poder  sobreviver
E  encantando  o  espectador  com  suas  diabruras...

Nas  grandes  cidades  é  uma  bênção  despertar  num  novo  dia,
A  poluição  não  está    na  atmosfera,  está  nas  relações  pessoais,
Perpetua-se  a  cada  instante  nas  intransigências  dos  acordos  de  paz
E  de  tudo  isso    uma  conseqüência:  os  corações  choram  melancolia!

A  incongruência  dos  pensamentos  derrama  sangue  sobre  a  terra...
Particulares  interesses  são  a  tônica  que  demarca  as  horas,
Dádivas  coletivas  se  perderam  no  tempo,  foram  embora...
Tudo  são  insumos  procedentes  na  ausência  de  sagrados  idealismos,
Pois,  a  criatura  engaveta  a  justiça  e  goza  futilidades  do  materialismo!

Streap-tease Nominal



  um  pensamento  belíssimo  em  minha  mente:
Fazer  um  “streap-tease”  do  meu  nome  em  capa  de  revista!
Mostrar  as  partes  íntimas  do  sobrenome  que  me  alista
E,  pela  reação  do  público,  perceber  o  que  o  povo  sente.

Desnudar  meu  nome  assim  sem  mais  nem  menos
Tem  por  objetivo  provar  que  o  comum  também  é  interessante,
Se  o  hábito  não  veste  o  monge,  o  nome  pode  ter  o  instante
De  seu  exclusivismo  vinculado  amplamente  ao  que  vivemos.

Tudo  se  digere  desta  mídia  que  não  tem  preconceito,
O  “streap-tease”  de  um  nome  pode  ser  causa  e  efeito
Da  insegurança  que  rege  a  tão  complicada  convivência  humana...

É  possível  que  seja  patético  fazer  sensual  a  identidade,
Mas  está  na  boca  das  gentes  a  mais  profícua  universidade
Que  forma,  através  de  opiniões,  os  adereços  de  uma  fama!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Confissões


Confesso  às  paredes  sobre  minha  anatomia  passional..

Se  é  verdade  que  têm  ouvidos,  escutam  minhas  queixas
E  em  seu  sepulcral  silêncio  languidamente  me  deixam

Falar,  gritar,  chorar...  Entregar  meus  delitos  e  horrores
À  minha  sombra  que,  ferida  no  íntimo  por  fortes  dores,
Adormece  sobre  os  tapetes  que  são  o  cofre  dos  meus  sonhos...

Quadros  que  vivem  pendurados  tremem  diante  da  aflição
E  despencam  desesperados  vítimas  de  suicídio,
De  repente  o  chão  se  abre  como  a  lamentar  o  desperdício
Das  confissões  enclausuradas  e  soterradas  pela  emoção.

No  teto  pintado  de  branco  faço  o  refúgio  do  olhar
Que  se  perde  em  visões  amorfas  e  carentes  de  destino...
Pergunto-me:  onde  se  acham  as  feições  que  tanto  imagino?
Talvez,  enciumadas,  as  paredes  tenham  de  reféns  meus  planos
E  eu  que  me  afogue  perante  a  solidão  dos  meus  desenganos!

Indecência Social



Identidade:  conceito  do  juízo  que  se  faz  do  cidadão...

  pessoas  que  atrofiam  o  índice  da  personalidade
E  mergulham  em  águas  turvas  que  ferem  o  pudor  social...

Os  rios  do  cotidiano  não  são  mansos,  esbravejam  crueldade
E  em  pontos  estratégicos  montam-se  oficinas  do  vício
Que  aliciam  de  forma  predatória  consciências  imaturas...

Precipícios  são  negros,  os  vendavais  hediondos  e  inumanos,
Caos  personificados  sobre  vertentes  que  destilam  pandemônios...
Quem  trafica  pactua  sorrateiramente  com  os  demônios
E  edifica  mausoléus  de  sincretismos  homicidas  e  profanos.

A  droga  é  imoral... É  vilipêndio  para  os  bons  costumes...
Quem  a  consome  renega  o  universo,  vegeta  num  submundo
Onde  o  caráter  se  desintegra  e  o  nome  se  torna  rabisco  imundo
De  uma  individualidade  em  cuja  inteligência  os  miolos  gangrenam
E  se  entulham  nas  esquinas  para  serem  pastos  de  coleta  de  lixo!