quinta-feira, 24 de novembro de 2016

PANTEÃO CÓSMICO

Desonram os ventos aos menestréis da natureza
E trapaceiam da virgindade deveras pequenina
Trilhas verdes dentro do mato que são uma sina
No alvorecer das nebulosas manhãs e da incerteza.

Ludibria o sol do cerrado e das vertentes campinas
Cinzentas nuvens carregadas de magistral perfume
Donde se percebe o alcorão que traz da vida o lume
E se espalha pelo verdor postiço de cruéis lamparinas.

Engana a lua dos amantes debaixo de finíssima chuva
Que ensopa dos canapés o átrio da restinga impura
Inundando de orvalho os capins de sutra ribanceira…

Letal retrato duma paisagem hostil e ainda apócrifa
Que faz das reminiscências enlevo de quem é apóstata
Perante astros cadentes e fugidios da abóbada feiticeira!




DE Ivan de Oliveira Melo

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