A língua que falo
não é a mesma com que escrevo.
Há uma certa
discrepância entre o oral e o escrito…
No rebuscamento do
idioma há nuances belíssimas
Que enchem de magia
os textos com a estilística
Própria dum
lusitanismo adjacente do latim erudito.
Da Flor do Lácio
bastantes pérolas nasceram
Sofisticando o
glossário de vocábulos raríssimos
E edificando uma
sintaxe de construções esmeradas
Que fotografam a
eloquência com pensamentos clássicos
E uma inspiração
que realça com a engenhosidade artística.
Na gramática a
lírica deveras se renova…!
A Semântica é um
torpedo de sutis ilusões,
Pois com o altruísmo
da polissemia há erupções
De diversos
conceitos para um radical comum…
Pobreza? Jamais! É
a abundância do linguajar!
A sensibilidade é
peculiar ao idioma de Camões
E de todos os gênios
que alavancaram preciosidades!
Dos estrabismos da
onomatopeia aos furúnculos da Morfologia
Há o que se chama
diversidade do que é uma epopeia
E a língua não
sorve o vulgar… Trata-se de uma enciclopédia!
Eclode-se o
sentimentalismo das panaceias linguísticas!
Do Quinhentismo ao
Modernismo surgem torneios psíquicos
Em que as palavras
se alinham à autêntica criatividade
E, assim, o
paisagismo das letras é o intenso esplendor
Dos que escrevem…
Dos que falam… Dos que produzem amor!
DE Ivan de Oliveira
Melo