DECLARAÇÃO
INSÓLITA
O sossego era padrão
em minha vida.
De repente…
Intensa trovoada. Melancolia!
Tudo realmente se
transforma à luz do dia
E a tranquilidade se
borra e é destruída.
Cambaleio aqui e
acolá. Tesão era fantasia,
Agora é uma verdade
que me trucida lentamente
E faz de mim corpo e
alma dum eloquente
Em busca do entender
o que não é mais alegoria.
Tempo não perdoa…
As horas me grisalham
E me vejo perante a
mocidade… ilusão, talvez!
Não! Como ribomba
meu coração e, essa maciez,
Renova as forças
camufladas que me embriagam.
Estou cansado.
Turbino em direção à morte,
Contudo estranha
energia me ressuscita o viver
E novos horizontes
se desenham em meu alvorecer
Embora desesperado
eu lute… Afinal, pode ser trote!
Minha agonia detona
todos os alicerces
Que edifiquei para
ter em paz o passamento,
Entretanto observo
que é tenaz o sentimento
Que me devora as
entranhas e me enlouquece!
Sim! É o amor que
fez a volta no espaço
E me amputa do
silêncio em que vivia…
Chegou imenso e
trovador… Mas é ousadia
Se eu me imagino
solteiro em teu regaço!
Meus olhos falam.
Calam-me diante dos teus
E vou e venho meio
aturdido e meio sonâmbulo
Respirando teu
néctar por todos os possíveis ângulos
E uma larga
esperança de ter-te morfeu!
Por que surgiste?
Roubaste-me minha paz!
Penso em ti
alucinadamente. Deixaste-me febril
A copular contigo em
minha mente sem fastio
E a subir e descer
paredes do querer mais e mais…
Estou amalucado.
Confesso-me então portador
De um bem-querer
decerto sem qualquer retorno,
Pois são grandes os
obstáculos que há em torno
E seguramente tenha
eu que matar em mim este amor!
Sabe, nunca houve
felicidade em mim…
Minha existência é
retrato de sofrimento,
É torpedo que me
fere até os unguentos
Que ponho em órbita
em meu jardim!
Provavelmente jamais
estreitemos nossos corpos…
É que a censura das
idades não gosta
Que pontos extremos
rebusquem respostas
E se enfeiticem de
magia além dos portos!
Choro a amargura que
me corrói o íntimo…
Mais uma vez a
paixão me é traiçoeira
E eu desnudo e sem a
tonicidade companheira
Para alimentar-me de
sonhos em meu psíquico!
Ingrato destino o
meu… Tudo me é desengano!
Enorme vontade de
fugir pela morte em devaneio,
Porque a solidão é
meu fim, meu único meio
E há muito sei que
não mereço fazer planos!
Eis meus infortúnios
de todos os anos!
Esta é a fotografia
de um mero ancião
Que tem partidos os
elos de um coração
Fenecido pela dor…
Mesmo assim, eu te amo!
DE Ivan de Oliveira
Melo
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