Não
estou preocupado com os desníveis da subida,
Nem
com os pedregulhos que se espalham na terra.
A
jornada é curta, porém o solo está meio íngreme
E
essa tarefa me leva a conferir a beleza da paisagem.
Pela
grama rasteira sob os pés, vou escalando a altura
Sem
olhar para trás... Logo me vejo um tanto exaurido
E
a respiração se torna meio suspensa, meio atávica...
Busco
diminuir a marcha, mas o sol ordena: segue!
Tento
encontrar apoio dentre cipós finos das beiradas,
Contudo
eles se partem devido à força que alavanco.
Lentamente
vou consumindo o tempo que me resta,
Pois
no horizonte vejo as primeiras estrelas da noite.
Não
obstante, a petulância de vencer tamanho desafio
Faz-me
encorajar o corpo que dança já meio trôpego,
Entretanto
portador de uma vontade incomensurável
De
trazer para si mesmo a satisfação de uma vitória
Que
certamente se agigantará dentro do processo vital.
De
repente, uma chuva atrevida se interpõe no tempo
E
me devora as últimas energias que guardo no deserto
Do
meu íntimo... Escorrego já sem a abundância física...
No
estertor de mim, uma vontade de me entregar ao léo,
Todavia
vem à minha mente a responsabilidade do estar
Lutando
diante da fortuna que ao vencedor será imposta
A
fim de que no cardápio da existência haja menos fome!
DE Ivan de Oliveira Melo
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