quarta-feira, 12 de agosto de 2020

GEOLOGIA DO SER





Eu sou um magma
E terra para mim é água...
Muita vez me percebi tectônico
Em minhas atitudes vulcânicas!
Não sei dizer se sou telúrico,
Contudo minha personalidade
Advém de uma sedimentação
Que absorve qualquer transformação.

Há um manto em torno de mim
Que me torna raia espectral
Já que tudo observo em relação
Ao ponto de vista terrestre...
Quando me aborreço,
Os abalos sísmicos do meu corpo
São capazes meteorizar soluções
E profundas erosões se formam...

Sou metamórfico enquanto há paz
E fragmentos do meu caráter
Tornam-se ígneos diante da extrusão,
Mesmo quando essencialmente plutônico.
As placas que me consomem
São processos que se acumulam
Em meu íntimo sob pressão,
Então ocorre uma diagênese
Formando, em mim, um novo magma!

Meus sentimentos são transportados
Pelos ventos que, como agentes externos,
Fazem de mim finíssimas partículas
As quais favorecem à consolidação
Dos meus pensamentos e das propriedades
De minha essência anatômica e pessoal...
Portanto, existo, penso, sou ser natural,
Geologicamente bifurcado e magmático!


De  Ivan de Oliveira Melo


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

ENFERMIDADE





As palavras parecem gangrenadas
E apodrecidas nos papeis da vida.
O odor se espalha na vitrine do olhar
Que, infectado, infecciona o social.

Nos periódicos há informações febris
E, nos livros, as leituras inflamatórias
Transmitem vírus às mentes carentes,
Desinformadas sobre este teor doentio.

São as letras culpadas pelas bactérias?
Não! O culpado é quem apenas escreve  
Sob os efeitos traumáticos da hipocrisia...

Revistas, panfletos, os puros cadernos,
Tudo necessita passar pela higienização
Para que amputações sejam descartadas.


DE  Ivan de Oliveira Melo

domingo, 9 de agosto de 2020

LÁ E CÁ





Lá vou eu pela estrada afora
A colher pensamentos e sonhos…
Caminhar sobre pedregulhos bisonhos
É minha sina como foi outrora…

Lá vou eu pelos trilhos do destino
A colher pesadelos de ermitão...
Perambular sobre os seixos do coração
É recordar minhas aventuras de menino.

Lá vou eu pelas veredas da vida
A colher imagens velhas e apagadas…
Andar sobre os cascalhos das estradas
É reviver as ilusões já esquecidas.

Lá vou eu pelas passarelas do infinito
A colher do passado solidão e saudade…
Percorrer sobre as britas da realidade
É trazer de volta um pretérito inaudito.

Cá estou eu a construir novos devaneios,
A colher da vida o que me sobrou de ontem…
Transitar sereno sobre a lucidez dos homens
É fazer de mim um herói em que eu creio!



DE Ivan de Oliveira Melo

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

ASKING HELP!

I am very glad with the persons that read my poems! Thanks a lot!


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My full name: Ivan de Oliveira Melo

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AGENCY - 0364

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Thanks a lot! God blesses everybody!

TÉDIO






Quantos instantes monótonos minha alma tem!
Quão hipócritas as heresias do meu consumo!
Se blasfemo nas overdoses do mundo imundo,
Quão infernais são os desertos na seara do além!

Quantas aventuras singram inócuas pelo pódio
Das derrotas deste universo! Efeitos das trevas!
Se praguejo diante das catástrofes que me geram,
Quão diabólicas são as insurreições do meu ódio!

Quantos dissabores me dissolvem o éter do saber!
Quando apedrejo sintagmas do meu sensato dossiê,
Vejo que os paradigmas me envolvem num sertão!

Quantas alegrias murcham perante meu substrato!
Enquanto minhas vozes interiores jazem, eu contrato
As horas para que do talude eu possa sentir emoção!


DE Ivan de Oliveira Melo

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

PROCESSO





Dentre os frêmitos famintos da madrugada

Pude compreender o quanto a sede é desejo

E se tudo o que penso é também o que vejo

Só me resta consumar em volúpia a serenata.


Por entre os labirintos da noite mal dormida

Há sequelas donde se extrai o ópio dos tolos;

Contudo diante das drogas notam-se engodos

Que trapaceiam nas vitrines do tempo, a vida.


Sobre o cárcere dos sonhos vejo a despedida

Dos que se vão habitar o fundo de uma cripta

Para depois vociferar a liberdade do devaneio.


É diante do cálice que se pode sentir do olfato

A sensibilidade com que se descreve o extrato

Do orvalho que pulsa sobre o epigênese alheio!




DE Ivan de Oliveira Melo



domingo, 2 de agosto de 2020

BATALHA LÉXICA






Eu tropecei sobre cadáveres numa noite tonta,
Porém não eram “presuntos” humanos, pensei...
Eram carnificinas de palavras velhas, fora da lei
E que labutavam para reexistirem mesmo contra

Os neologismos que despontavam perante o rei,
O dicionário que tudo registra de ponta a ponta...
Tais vocábulos sofriam e consideravam afronta
Serem banidos do idioma e eu, com eles, chorei...

Encontrei os arcaísmos numa grande assembleia,
Associei-me a eles na luta diante desta panaceia
E lhes disse que, como escritor, não os esqueceria.

Juntos nos lembramos do parnasiano, Olavo Bilac,
Que deu à Língua Portuguesa fulgor e alma máter
Para que os termos antigos sejam filhos da poesia!


DE  Ivan de Oliveira Melo