segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Bengala

Minhas pernas de vez em quando cambaleiam
Esgotadas pelo frenesi laico e vagaroso do tempo,
Incorporo a velhice como algo onde me assento
Sobre experiências adquiridas e sonhos que incendeiam...

Não estou morto e nem me frustro com a bengala
Que é uma nova perna e não acumula cicatrizes,
Sou idoso de cronologia, mas guardo crianças felizes
Num íntimo que ama a vida e os dias são de gala.

Não se rechaça na corrida das horas o aprendizado,
Mais cedo ou mais tarde ele é vintém assaz valorizado
E vai exigir que se aplique o seu real valor de moeda...

É fundamental encarar-se a bengala com devido respeito,
O branco dos cabelos é sabedoria, imolem- se preconceitos,

Ancião é gente e é tão importante quanto caduco de favela!

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