quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Percepções

Vejo-me cantador da noite sem lua
E das estrelas gripadas que tossem ao vento,
Vejo-me andarilho sem ruas, ao relento,
Esperando o sol abrir-se na natureza nua...

Sinto-me solidão perante a paisagem apócrifa
E da saudade abstrata do pensamento sou dono...
Choro e sorrio, soluço... gritar não há como,
É que me afoguei em mim no dom da retórica...

Percebo-me cego a vagar sem destino certo,
Nas horas que voam não sei se estou perto
Do limbo que me fará navegar em minha aorta...

Observo-me canhestro em busca de sofreguidão,
Mas estou só a travestir de engodo meu coração
Tão fatigado duma seara inóspita e nada mais importa!


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