segunda-feira, 9 de outubro de 2017

TANTO QUANTO...


Tanto mais distante estou da noite soturna
Menos o silêncio fere meus tímpanos atroz,
O tempo cerze o metafísico e é muito veloz
Perante os ventos que sopram sinos e dunas.

Tanto menos se pressente a dor que inflama
Mais se sente o oásis que se instala na alma,
É um deserto do íntimo onde nada se deságua
E no pátio da inconsciência a poesia se declama.

Quão frequentemente no amor a paixão é trote
Que dilata nas artérias o insano desejo que foge
Pelas veias em que o sangue rubro se coagula...

Quanto ardor se observa do prazer o cio amargo
Que veleja pela consciência dum raciocínio vago
Mesmo que se despoje de ansiedade a estrutura!


DE  Ivan de Oliveira Melo   



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