domingo, 3 de junho de 2018

PALOR MEDONHO



Nada é silêncio. Agora tudo é algazarra.
Charcos escuros sem jardins. Imundície
Da favela mental que fede na superfície
Do pensamento de formatação bizarra.

Sem luz. Sem calor. Indecoroso é o frio
Que congela a tétrica consciência febril
E inunda o espaço dum corpo sem estio
Aliciando os mistérios desse mar bravio.

Cerram-se todas etiquetas do raciocínio
Que não habitam o pátio do condomínio
De um esqueleto massacrado por inveja.

Derradeira agonia da audácia sem nome
Em cujos dissabores a anarquia consome
O instinto alquebrado por ousadia brega!


DE  Ivan de Oliveira Melo

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