Rasguei
a dor e a embrulhei na panela,
Queimei
o frio com a neve da madrugada
E
ensopei o lenço com a secura das lágrimas,
Porque
o silêncio é zoada de primavera.
O
mudo gritou diante do surdo ambulante
E
este, ao escutar a quietude do barulho,
Manteve-se
sorrindo, porque nada é entulho
Dos
calados que tagarelam e são petulantes.
Rabisquei
num rascunho sem lápis ou caneta
Enquanto
a vida, gargalhando, me fez careta
Diante
duma escada sem degrau e sem chão.
Trabalho
ocioso é aquele em que tudo é nada
E,
no deserto de uma multidão de camaradas,
A
liberdade é uma prisão onde vive o coração!
DE Ivan de Oliveira Melo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe o seu comentário.