domingo, 29 de dezembro de 2019

BORRALHAS






A morte acampa lícita sobre nós
Trazendo o húmus da desventura...
A vida sublime que foi tão pura
Desterra da existência nossa voz.

Hino fúnebre tocam nossos dedos,
Anuncia-se a podridão nauseabunda
Que se espalha no éter e deslumbra
Os corvos vorazes, somos esqueletos.

É no íntimo curto espaço da cova rasa
Que os vermes saciam toda a sua tara
E nos abandonam ilícitos e abissais...

Só a cremação nos liberta desse horror
E nossas cinzas jogadas seja lá onde for
Mantêm as lembranças dos nossos sais!


DE  Ivan de Oliveira Melo


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