quarta-feira, 29 de julho de 2020

SENTENÇA






O êxtase é uma exegese passional
Que prosterna-se no corpo e na alma
E traz o zénite onde se escreve o amor.
Perante os planos da existência física
Há práticas que sublimam o espírito
Sem permitir que se capitule o desejo.

Nos corpos existem cicatrizes apagadas
Pelo tempo que não inoculou a ferida
Herdeira dos traçados veiculados da arte
E que sobrepujaram aos edemas astrais
Tão singularmente expostos à metafísica
Que transcende ao epicurismo do silêncio.

Os fatos consuetudinários das tradições
Estão diagramados no apêndice das horas,
E será o tempo o marca-passo da emoção
Que dará sustentação aos espúrios convites
Elaborados tão magistralmente pela carne,
Sedutora anfitriã das suntuosidades sensuais.

Tão hermética estará a consciência humana
Que o niilismo intelectual das vis potestades
Cederá o assento aos metaplasmos da fantasia...
Assim, as utópicas celebrações das sociedades
Poderão constranger a heresia a afugentar-se
E, a hipocrisia, ao destino suculento dos abismos!


DE  Ivan de Oliveira Melo
  



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