O
êxtase é uma exegese passional
Que
prosterna-se no corpo e na alma
E
traz o zénite onde se escreve o amor.
Perante
os planos da existência física
Há
práticas que sublimam o espírito
Sem
permitir que se capitule o desejo.
Nos
corpos existem cicatrizes apagadas
Pelo
tempo que não inoculou a ferida
Herdeira
dos traçados veiculados da arte
E
que sobrepujaram aos edemas astrais
Tão
singularmente expostos à metafísica
Que
transcende ao epicurismo do silêncio.
Os
fatos consuetudinários das tradições
Estão
diagramados no apêndice das horas,
E
será o tempo o marca-passo da emoção
Que
dará sustentação aos espúrios convites
Elaborados
tão magistralmente pela carne,
Sedutora
anfitriã das suntuosidades sensuais.
Tão
hermética estará a consciência humana
Que
o niilismo intelectual das vis potestades
Cederá
o assento aos metaplasmos da fantasia...
Assim,
as utópicas celebrações das sociedades
Poderão
constranger a heresia a afugentar-se
E,
a hipocrisia, ao destino suculento dos abismos!
DE Ivan de Oliveira Melo
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