sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

TREVAS

Maquiavélicos são os ruídos da noite!
O silêncio ensurdecedor produz arrepios,
Horas estéreis atravessam a madrugada
E o vento sibila anunciando intenso perigo!

No gigantesco balouçar das árvores há um cio,
São os galhos que tresloucam o viço ardente
Das folhas que, agarradas aos caules, tremem
E se jogam ao solo na expectativa de alçar voos...

Troglodita é a poeira que assanha a atmosfera
Emoldurando um cenário de apreensões vitais.
As mortalhas piam, o coração acelera, a alma chora!

Fantásticas são as estrelas, candelabros que alumiam
Os fantasmagóricos gemidos que o medo brota no ar
Secundados pela ígnea voluptuosidade das trevas!



DE Ivan de Oliveira Melo

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DERRADEIROS INSTANTES

Quando eu sentir que a morte se aproxima,
Que em meu último desejo eu possa compor
Um poema que narre esse meretrício de dor
Para mostrar quão verdade é essa tênue sina.

Que a mim eu possa dizer: vivi tudo que pude,
Agora me resta cerrar os olhos à longa viagem
E talvez pensar que partir da vida é sacanagem,
Pior ainda é ser a vedete das flores e do ataúde.

Naturalmente serei levado à última das moradas
Onde porei do meu cinzel e me tornarei a ser pó,
Indubitavelmente nunca me postei neste orbe só,
Por isso exijo a companhia de todas as namoradas.

Quando eu perceber o que é o derradeiro suspiro,
Dar-me-ei o riso, saudade ficará; solidão vai comigo!


DE  Ivan de Oliveira Melo


terça-feira, 5 de dezembro de 2017

DÚVIDAS


Minha alma de sonhos está consumada,
Minha vida de tempo está meio destruída...
Preciso mais que nunca compreender a vida
Senão sonhos e tempo não valem mais nada!

O vento destrambelhado sopra ao contrário,
Há uma amargura ilimitada no ventre de mim,
Coisa com coisa, coisa sem coisa, sempre assim
Neste mausoléu que é a terra, tom de presidiário.

Digo tudo isso porque este chão que piso é nosso,
Os devaneios sempre me desafiam e eu não posso
Contrariar a inconsciência que me vaticina o senso...

Nada é uma estrada sem volta... Tudo é princípio,
Entretanto que se colham as flores sem desperdício
Visto que reflito, matuto, mas não sei se penso!


DE  Ivan de Oliveira Melo


FANTASY

Everybody has a great dream about life...

I can say that I have several of them
But those dreams seem like to float in the sky

And I can’t achieve them because they are high to me…
I need to find dreams that creep at my tired feet
So I would smile with my fingers stringed into a deep!

I confess: all my dreams are possible to happen…
There isn’t anything impossible about their collection
Then I ask to myself: where do I slip about them?
Maybe they are fantasy of my mind… Perhaps!

Nowadays I can see a lot of fantasies in the reality
And here and there they transform day by day
The truth of the world and many persons live the lie…
This universe is vey true and peoples are the allegory…
I think that I can understand: if I am a person, I am fantasy!


BY Ivan de Oliveira Melo


domingo, 3 de dezembro de 2017

SOMETIMES

Sometimes I want to cry
But I don’t get to have it...
I see a shake on my feet,
The cry disappears… Bye!

Sometimes I wish to run,
To vanish of this bad world…
However I find in the words
Antidote that is the own sun.

Sometimes I get to run away,
The moon is my hiding place…
Though I always need  to face
The right word. Time to pray!

Sometimes I think I am alone
But life delivers what it’s done!



BY  Ivan de Oliveira Melo

sábado, 2 de dezembro de 2017

VICÁRIO

É noite. O escuro mete medo.
O coração trancafiado. É dor.
A alma está sedenta de amor,
Mas a consciência diz: É cedo!

Madrugada. As estrelas sérias.
A escuridão maltrata o encéfalo.
Os ventos agonizam. É o flagelo
Da vida. Sentimentos de férias!

Orvalho da manhã. São dúvidas
Que assaltam o viés das tertúlias
E a saudade dorme sem solidão.

É dia. Tudo, nada. Uma só agonia.
Chuva e sol. Nova noite principia
O desterro das sombras. Religião!



DE  Ivan de Oliveira Melo

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

MORTE

Às vezes fico a matutar sobre a morte o que é...
Mil conjecturas adornam meu relicário do reter
O primitivo pensamento que ulula sem o porquê
Da compreensão e me faz ver: tudo é apenas fé!

Uma simbiose de ideias marcha sobre a mente...
Nada parece cristalino, tudo é vulcão em erupção
E as larvas percorrem veredas que são contramão
Da atônita consciência que se turva de repente!

As hipóteses carecem de teses sem fim, sem meio.
O raciocínio tão somente acopla o que é devaneio
E tal exposição em mim não tem concreta dialética.

Tudo é subjuntivo que trancafia qualquer resposta:
É um sono sem sonhos que o infinito sempre posta
E não há ciência que explique... a vida fica patética!


DE  Ivan de Oliveira Melo