quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DERRADEIROS INSTANTES

Quando eu sentir que a morte se aproxima,
Que em meu último desejo eu possa compor
Um poema que narre esse meretrício de dor
Para mostrar quão verdade é essa tênue sina.

Que a mim eu possa dizer: vivi tudo que pude,
Agora me resta cerrar os olhos à longa viagem
E talvez pensar que partir da vida é sacanagem,
Pior ainda é ser a vedete das flores e do ataúde.

Naturalmente serei levado à última das moradas
Onde porei do meu cinzel e me tornarei a ser pó,
Indubitavelmente nunca me postei neste orbe só,
Por isso exijo a companhia de todas as namoradas.

Quando eu perceber o que é o derradeiro suspiro,
Dar-me-ei o riso, saudade ficará; solidão vai comigo!


DE  Ivan de Oliveira Melo


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