sábado, 27 de abril de 2013

Vales Eruditos



Panegíricos  se  espalham  alhures  pelo  éden,
São  cacholas  atrofiadas  que  não  entendem  a  ressalva,
Talvez  sejam  cocurutos  de  índole  calva
Em  cujos  crânios  as  madeixas  não  crescem.

Num  pátio  aveludado  os  pelos  se  exorcizam
E  se  encaixam  numa  cânfora  onde  reina  o  silêncio,
Não    nada  pudico  em  miolos  que  gritam  intenso
Sob  as  luzes  incautas  que  segregam  o  Paraíso.

No  blecaute  que  se  forma    cenas  circunscritas
Às  vaidades  que  exortam  a  publicidade  escrita
Que  a  metalinguística  se  escusa  perante  a  lógica...

Calo-me  diante  desse  intróito  de  natureza  híbrida
Que  traveste  os  adereços  góticos  de  cada  saída
Para  que  se    o  derradeiro  passo  na  estação  ecológica!  

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Minha Ventura de Amor

Quanto tempo se foi
Desde que te conheci...
Primeiras horas que te vi:
O coração ficou assanhado,
O olhar assaz deslumbrado,
Meus lábios ficaram sedentos,
A alma sorriu de contentamento.

Quanto tempo se vai
Desde o pioneiro abraço,
Meu corpo em teu regaço
Ao sabor de intenso beijo...
Sentiste todos os meus desejos
Impregnados na ventura desnuda
E isentos de qualquer censura...

Quanto tempo há de ser!
Esta paixão devora minh’alma,
As lágrimas que rolam deságuam
No viço que te quer somente
Entre emoções deveras calientes
Que fazem dos momentos de ardor
Os mais sublimes encontros de amor!

Quantas sensações de primavera
Nossos corpos uníssonos em sabor
Podam das flores o fecundo odor
Que transforma felicidade em magia
E sonho em realidade sem a fantasia
Que flutua no éter dos instantes
Onde orgasmo é o infinito dos amantes!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

...te amo!

...te amo!

( Poema de DALVA DE OLIVEIRA )

Se eu pudesse chorar em teus braços
Tudo o que por ti em vão desejei,
Boba eu seria sim, talvez,
Por insistir em acampar em teu regaço.

Se eu pudesse falar aos teus ouvidos
Metade do que já pensei de ti,
Boba eu seria sim, enfim,
Deixaste meus sentimentos reprimidos.

Se eu pudesse dar aos teus lábios
Todo o sabor de que o amor é capaz,
Boba eu seria sim, até demais,
Pois já te os ofereci em momentos vários...

Se eu pudesse ofertar-te minha vida e meus planos,
Então eu morreria sem poder dizer-te: te amo!

Calor na Madrugada



Calo-me  perante  o  silêncio,
Mas  dentro  da  noite  eu  grito,
O  tempo  é  lento  e  infinito
E  minha  chama  de  amor:  incêndio!

Sussurro  sílabas  com  a  emoção
Do  delírio  enfeitiçado  pelo  viço,
A  volúpia  faz  piruetas  e  eu  enguiço
No  ponto  morto  sobraçando  o  coração.

De  paixão  tremo  e  me  arrepio
E  faço  arder  calor  onde    frio
Por  mais  gelada  que  seja  a  madrugada...

No  fogo  queimo  em  labaredas  de  prazer
E  embriagado  nas  cinzas  lembro  você
Aconchegada  a  mim,  febril  e  apaixonada!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Verbo



Todos  nós  somos  verbos!
A  palavra  que  enfeita  nossos  lábios
São  as  mesmas  escritas  nos  alfarrábios
E  as  que  se  adornam  nos  versos.

Na  prosa  do  cotidiano  é  o  carro  chefe
Que  faz  a  comunicação  de  todos  os  tons,
Se  soa  mal  é  polêmica  que  abafa  bons
Momentos  e  noutras  situações  é  blefe!

  verbos  que  trazem  discórdia;  noutros,  alegria...
  os  que  educam,  falam  de  amor  e  nostalgia,
Mas    igualmente  os  que  promovem  guerras...

A  palavra  constrói e  destrói  simultaneamente,
Faz  rir  e  chorar,  contudo  pode  calar  de  repente,
Porque  às  vezes  o  silêncio  é  a  palavra  mais  sincera!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Extremos e Limites



  o  vício  que  me  afasta  de  ti:  a  cama!
Enfermidade  que  me  domina  e  me  faz  tarado
Por  haver  desejar-te  deitada  sempre  ao  meu  lado
Curtindo  o  delírio  sensual  entre  cavalheiro  e  dama.

Na  luxúria  do  prazer  o  ato  também  causa  estresse
Quando  veiculado  e  premeditado  à  rotina,
Outras  nuances  são  necessárias  para  que  não  se  reprima
O  amor  que  une  os  elos  e  que  é  uma  prece.

Mesmo  no  amor  o  senso  crítico  deve  pautar  o  equilíbrio,
A  razão  mostra  que  a  convivência  pode  ser  eterno  idílio
Se  os  extremos  têm  ciência  de  que  em  tudo    limite...

Perco-te  por  haver  mergulhado  no  excesso  de  volúpia,
Permiti-me  otimizar  por  uma  excitação  estúpida
E,  embora  nos  amemos,  o  amor  se  nos  tornou  crendice!