quarta-feira, 18 de junho de 2014

Concerto das Vassouras


Não quero que cantes diante das tundras,
Lá não tem eco, há balaústres e horrores
Que excitam a malevolência de obsessores
E a melodia fica oca, sem notas jucundas.

Quero tua voz como meu único alforje
Para escutá-la perante os ímpios, a impiedade...
Quero trucidar o incesto fúnebre da mocidade
Para ter a certeza de que de mim tu não foges.

Desejo açodar-me no turbilhão das sendas
A fim de que possa evitar que tu ofendas
As cicatrizes dum tempo que dorme em lantejoulas...

Espero que os ventos,  persuadidos, vomitem brisas
E derramem sobre as cacholas o ar que minimiza

As ilusões varridas pela piaçava das vassouras!

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